Mostrando postagens com marcador Parcerias. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Parcerias. Mostrar todas as postagens

6 de julho de 2021

[Resenha da Karla] Vende-se um elefante triste

#PRACEGOVER: Capa do livro

Autor: João Gabriel
Editora: Produções do Ó
Ano: 2020
Páginas: 84

Sinopse: “Vende-se um elefante triste" é o segundo livro de poesias de João Gabriel. A obra reúne poemas inéditos, escritos antes e durante a pandemia, numa edição com projeto gráfico elegante, ilustrada pela artista Bia Pessoa. Os versos falam da solidão, um lugar físico em que a falta se transforma em presença – “(...) e a falta sentida assim,/ caminhando ao meu lado,/ na beleza que o mundo empresta,/ é a presença que me resta” – e tangenciam outras questões profundas, caras ao nosso tempo e à nossa cultura. “O fim dos caminhos tristes é a maravilhosa descoberta de que do chão, não passa”, diz o poeta.



Olá, leitores do Pacote Literário!

Hoje trago a resenha de Vende-se um elefante triste, do João Gabriel, recebido em parceria com a Oasys Cultural.

Trata-se de um livro de poesias, tipo de literatura que eu curto bastante, pois a forma como elas são escritas trazem reflexões e me inspiram bastante.

Em Vende-se um elefante triste, temos diversas poesias que retratam a vida em geral, com suas relações extremamente complicadas e suas complexidades. Também, de modo específico, a vida do escritor e como é transformar as ideias em palavras e coloca-las no papel.

Vários outros pontos são colocados por Gabriel, inclusive as exigências sociais. Uma delas me tocou bastante, que é a exigência em ser feliz o tempo todo, a qualquer custo. E justamente sobre o caminho mais simples para a felicidade é que fala o poema de onde o autor tirou esse título para o livro.

Por sinal, um título bem diferente e original!

#pracegover Fundo de madeira, livro à esquerda, vela rosa, botões decorados, xícara de café e bloquinho. 



A impressão que tive, a todo momento, foi de ouvir o pensamento do autor naquele breve momento em que filtramos nosso pensamento antes de transforma-lo em fala (ou em escrita). Do tipo: “será que eu devo falar isso?”

Com uma singeleza ímpar, João Gabriel conseguiu me trazer muitas sensações durante essa leitura. A emoção transbordou em algumas poesias, em outras foi o desamparo de nos encontrarmos em uma sociedade tão focada em bens materiais...

As ilustrações de Bia Pessoa são cruas e simples. E também contribuem para compreensão da mensagem que o autor quis passar.

Adorei a leitura e recomendo a quem curte poesias, sobretudo às pessoas sensíveis, que gostam de se entregar à leitura.

E você, curte ler poesias? Tem livro de poesia de algum autor nacional para me indicar? Deixe nos comentários!

#pracegover A capa do livro tem tom neutro, nome do autor e título acima e quadro com desenho de um elefante abaixo.

#PRACEGOVER: Caricatura da Karla com
escrito "Matéria de Karla Samira"


7 de julho de 2020

[Resenha da Karla] Sonet Ilustra


#PRACEGOVER: Capa do livro
SONET ILUSTRA

Autor: Eduardo Maciel
Editora: Autografia
Ano: 2020
Páginas: 206
Minha classificação: 4/5 

Sinopse: Nesta terceira temporada da série literária que busca trazer os sonetos para a cena da literatura poética contemporânea, seguimos o plano de, a cada livro, fazer com que os sonetos interajam com uma outra linguagem da arte. No SonetILUSTRA, o leitor vai descobrir o encontro mágico entre sonetos e desenhos. O convite, para esse volume, é perceber como um tipo poético eivado de regras de composição, com métrica e rima rigidamente definidos, pode se aliar a uma página em branco, onde contraditoriamente a liberdade de criação é total e irrestrita. Neste livro o autor também inaugura um tipo de soneto de sua autoria, o “soneto carioca”, cujo esquema de rima é influenciado pela sonoridade da Bossa Nova. Da leitura dos sonetos nasce um desenho, como fruto de interpretação dos versos. E através dos desenhos, os poemas convergem para esse ambiente fluido da arte visual. Alquimia literária? Temos.



Olá, leitores do Pacote Literário!

Recebi o convite do autor Eduardo Maciel para a leitura de seu livro, Sonet Ilustra e já fiquei curiosa por esse título.

O nome do livro remete a desenho e fiquei pensando o que um livro de poesias poderia trazer de ilustrações, o que uma coisa teria a ver com a outra.

E confesso que o livro me surpreendeu. O ilustrador Robson Sark, baseado em cada poema, deixou correr o lápis em uma folha em branco e fez um desenho. As ilustrações são tão fiéis aos poemas que achei que quem as havia feito tinha sido o próprio Eduardo.

A minha “brincadeira” durante a leitura foi ver os desenhos e, antes de ler os títulos de cada poema, tentar adivinhar de qual assunto falava o poema. Isso trouxe diversão à leitura!

Os poemas tratam de assuntos corriqueiros do dia-a-dia. E aqui eu faço uma pausa para parabenizar o autor por escrever tão bem sobre coisas tão simples e rotineiras.

Será o que apenas o gato tem 7 vidas ou todos nós, humanos, também as temos? Eduardo escreve também sobre o café com pão, as prisões (e a liberdade) nas escolhas que fazemos. E o natal, é um dia especial para você? Papai Noel usando gorro em pleno verão brasileiro faz sentido?

#PRACEGOVER: Fundo de madeira, 3 canetas na cor laranja, celular com a capa do
livro e a inscrição "arte".



E Eduardo não para por aí. Me identifiquei muito com as reflexões dele sobre falsos amigos, sobre a demagogia da sociedade atual em que muita gente se sente melhor que os outros por ter melhores condições financeiras. Amor, comida e medo de avião, querem assuntos mais “normais”?

Pois Eduardo enquadrou tudo isso em métricas bonitas e perfeitas, com sonoridade e rimas interessantes e gostosas de se ler.

Um ponto que achei bem legal é que, a cada poema, ele informa o nome de cada soneto e explica sua formação e estrutura. Assim eu pude entender, literalmente, qual parte deveria rimar com qual e, a partir do momento em que eu compreendia a forma pensada pelo autor para escrever, a leitura se tornou ainda mais interessante.

O autor ainda nos apresenta sua criação: o soneto carioca, com rimas, formação e estrutura próprias. Achei fantástico!

A meu ver, a arte propicia tantas coisas que é impossível elencar. E foi uma delícia ter contato com tanta criatividade em duas formas de arte: a escrita e a ilustração.

Juntar as duas coisas foi uma ótima ideia do autor, que me surpreendeu muito com esse livro.

Recomendo a quem curte poesia e, claro, a quem curte desenho também!

E vocês, já leram um bom livro de poesia? Me indiquem nos comentários. 

#PRACEGOVER: A capa do livro tem fundo em cor laranja, com o nome do autor e o título.



#PRACEGOVER: Caricatura da Karla, escrito
"Matéria de Karla Samira"



3 de julho de 2020

[Resenha da Karla] Um edifício à beira-mar


#PRACEGOVER: Capa do livro
UM EDIFÍCIO À BEIRA-MAR

Autores: diversos
Organização: Thaisa Lima
Editora: Independente
Ano: 2020
Páginas: 152
Minha classificação: 4/5 

Sinopse: Babel Tower, um edifício à beira-mar, esconde segredos inimagináveis dentro de suas instalações. Por trás de cada porta há um mundo de intrigas, paixões, pecados, desejos, dissabores e amores.

Seja bem-vindo ao nosso edifício, entre e desfrute de tudo o que o Babel Tower tem a oferecer, mas cuidado, você pode se deparar com coisas de outro mundo…

Organizada por Thaisa Lima, a antologia “Um edifício à beira-mar” reúne contos dos mais variados gêneros de 10 autores talentosos, para sua diversão.


Olá, leitores do Pacote Literário!

Vocês sabem que adoro livros de contos, não é mesmo? Curto para sair de ressaca literária e pela praticidade de se ler um conto completo a cada pausa que tenho na rotina.

Quando Thaisa Lima me convidou para a leitura desse livro, ainda mais me dizendo que os contos eram de gêneros literários e autores diversos, confesso que não pensei que seria uma leitura tão gostosa.

Isso porque, dentre os contos, ela me disse que teria “de tudo”, inclusive terror e fantasia. Pensem na minha apreensão!?

Os contos são realmente bem diversificados. Mas todos eles têm em comum o fato de se passarem no Babel Tower, um edifício à beira-mar onde acontece literalmente de tudo!

Conforme se desenvolveu a leitura, fiquei ainda mais apegada ao tal edifício, de maneira a me considerar praticamente moradora do condomínio, como se já conhece toda a sua estrutura física e seus acontecimentos diários.

Temos contos de todo jeito: alguns com cenas quentes, outros com pontos aterrorizantes, alguns trazem acontecimentos corriqueiros do dia-a-dia. E outros com detalhes polêmicos, por que não?

Jamais esquecerei o olhar assustado de Murilo, que se envolveu com a Freya e depois descobriu a verdade sobre ela. Nem da coitada da Clarice, garota de programa que teve um fim trágico, de revirar o estômago (literalmente!!). 

#PRACEGOVER: Fundo de madeira, o dispositivo Kindle com a capa do livro à direita. Em torno, objetos em tons de roxo e lilás (caneta, marcador de livros, bolinha de alfinetes, prendedores de papel).


E o padre que, ao que tudo indica, vai largar a batina? Gente... não tem como não se encantar por Dona Zica! Apesar de tudo, não podemos negar que ela sabe das coisas!

Eu fiquei absolutamente impressionada com o talento e a criatividade dessa moçada, todos autores brasileiros contemporâneos, donos de imaginações férteis, eu diria.

Igualmente notável a criatividade da pessoa que propôs a história, bem contextualizada com os fatos que estamos vivendo no mundo atual, ao amarrar com um barbante todos os contos e fechar com chave de ouro esse enredo do Edifício Babel Tower.

Contos sensacionais em um livro interessante, com nuances de diversos tipos de escrita e gêneros literários.

Vale alertar para alguns gatilhos contidos no livro, então, para quem tem problemas e questões emocionais em curso, é bom pesquisar antes de ler.

Nesse edifício, tudo acontece de uma forma muito envolvente e, a julgar pela escrita dos autores, será um grande sucesso! 

E vocês, já conheciam o livro? Curtem livros de contos? Me indiquem nos comentários.

#PRACEGOVER: A capa do livro como fundo a paisagem de praia repleta de prédios. O título acima e a inscrição "Organização: Thaisa Lima"





#PRACEGOVER: Caricatura da Karla, escrito
"Matéria de Karla Samira"



22 de junho de 2020

[Resenha da Dani] Um jeito de recomeçar

UM JEITO DE RECOMEÇAR


Autor: Filipe Salomão
Editora: Independente
Ano: 2019
Páginas: 107


Sinopse: Carolin... desculpe, Carol não sabia mais quem ela era quando encontrou o corpo de seus pais. Carol mudou, Carol teve que mudar mesmo sem querer. A vida fez isso com ela. Carol não estava preparada em seus 20 e poucos anos para tudo isso.
Carol errou, errou ao pensar que o passado não iria voltar a atormentá-la. Ainda mais quando esse passado envolve tanto amor.
Carol errou ao pensar que o passado não iria a feri-la tanto.
Carol talvez tenha errado ao ter esperança.
As pessoas que a acolheram e ela só queriam recomeçar.



“Meus pais falavam que não me deram um nome tão bonito para o cortarem ao meio, mas isso já não importa mais, meus pais estão mortos, me chame de Carol.” 
E aí leitores?

A resenha de hoje é sobre a terrível, complicada e confusa história de Carol, do livro Um jeito de recomeçar, do autor Filipe Salomão, publicado de forma independente.

Esta jovem de apenas 20 anos, tem sua vida, aparentemente perfeita, destruída, quando seu pai acaba cometendo um crime que a deixa órfã. Caroline, agora somente Carol, decide se afastar de tudo e todos, e recomeçar uma nova vida. 

O problema é que o passado deixou feridas profundas demais, e Carol sente não ser mais capaz de amar e já não acredita que os outros também sejam capazes deste feito. Com toda a frieza vinda de seu coração machucado, ela está disposta a comprovar esta teoria.

#PRACEGOVER: Fundo com estampa colorida, pequeno toco de madeira
e vasinho de suculenta. Celular com a capa do livro.


Para quem gosta de fugir de clichês e prefere uma história mais pesada, vai curtir essa aqui. Eu, particularmente, não sou muito fã, já que adoro um clichê; bem construído, claro!

Como informado acima, é um livro bem curtinho, portanto, não vou me demorar na resenha, para não soltar nenhum spoiler para vocês?

E vocês, gostaram da Carol? Curtem livros assim? Conta pra gente aí!

#PRACEGOVER: A capa do livro tem fundo azul (simulando água do rio ou mar), o nome do autor acima, o desenho de uma paisagem com destaque para uma mulher de costas e, abaixo, o título.


#PRACEGOVER: Logo do Pacote Literário
Inscrição: "Matéria de Dani - postado por Karla Samira"



10 de junho de 2020

[Resenha da Karla] A última tempestade


#PRACEGOVER: Capa do livro

A ÚLTIMA TEMPESTADE

Autora: Luciane Monteiro
Editora: InVerso
Ano: 2020
Páginas: 286
Minha classificação: 5/5 

Sinopse: Laura Viana cresceu nos Estados Unidos, porém retornou ao Brasil para buscar suas raízes e fugir de uma decepção amorosa. Contudo o destino não lhe reservou boas surpresas em sua terra natal e o Texas voltou a ser seu destino, onde teria que remexer velhas feridas e tentar sentir-se segura novamente.
A Última Tempestade aborda a violência doméstica e psicológica contra a mulher, descrevendo uma dentre milhares de histórias que poderiam ter retratado dramas reais vivenciados por diferentes mulheres. Contudo, o foco deste livro não é apenas a violência doméstica, mas a esperança, o modo como a personagem renasce e recomeça, juntando os cacos de si mesma.
O destaque é o amor, a amizade, a persistência. É por isso que o livro traz dois momentos na vida da personagem, mostrando as tempestades e calmarias que intercalam nossas vidas.


Olá, leitores do Pacote Literário!

Hoje venho trazer para vocês as minhas impressões sobre A última tempestade, livro de Luciane Monteiro recebido em parceria com a Editora InVerso.

Primeiramente, parabenizo à autora e à editora por um livro que aborda um tema absolutamente necessário: a violência doméstica. A existência do livro já é uma grande vitória, tendo em vista o cenário social em que vivemos, com feminicídios estampados diariamente nos jornais.

O livro nos conta a história de Laura, que nasceu no Brasil. Para que não tivesse uma infância marcada pela violência, sua mãe se mudou para os Estados Unidos, onde ela cresceu.

Decidida a seguir a carreira de moda, Laura se dedicou muito para tentar ter “o seu lugar ao sol” na profissão. Após vários desentendimentos e problemas no relacionamento, teve que fazer difíceis escolhas nesses dois âmbitos da vida.

Entre amores do passado e do presente, Laura entra em um relacionamento abusivo. Quando digo “entra”, quero dizer que ninguém, à primeira vista, poderia imaginar que seria um relacionamento abusivo.

Como no caso da maioria das vítimas de homens que usam sua força física e emocional para abusarem e reduzirem as mulheres a nada, o de Laura não foi diferente.

Seu marido chegou de mansinho e, de forma cada vez mais convincente, a afastou de tudo e de todos os que ela amava, destruiu a sua autoestima, a relegou ao último plano de sua vida e criou nela uma dependência que a deixou inerte por muito tempo.

O livro se desenvolve de uma maneira espetacular e intensa, com uma escrita fácil, mesmo sobre um tema tão pesado.

As cenas dos abusos sofridos por Laura são difíceis (para não dizer quase impossíveis) de se ler. Mas vale a pena, pois cada personagem foi extremamente bem construído e o final não deixou nenhuma ponta solta.


#PRACEGOVER: Fundo neutro, livro centralizado cercado por um bolo colorido e docinhos.

Na história, acompanhamos uma viagem maravilhosa que sai do campo e passeia por diversos pontos turísticos dos Estados Unidos, fiquei com água na boca para percorrer aqueles caminhos junto dos personagens.

Temos Alice, uma linda menininha por quem é impossível não se apaixonar. Conrado, outro personagem que me tocou bastante, principalmente por cumprir a sua promessa e ter a coragem de realmente “ir até o fim” quando o assunto era proteger a filha.

E, como nem tudo são flores nessa vida de leitora, poucas vezes senti tanta raiva de um personagem quanto senti de Emma!

Amo quando um livro me faz sentir tanto amor e ódio pelos personagens e suas atitudes.

Muitas são as lições aprendidas na leitura. Para além das questões de abuso e violência doméstica, fica nítido no livro que um casamento que acontece apenas em virtude de uma gravidez indesejada, normalmente não traz felicidade. 

A escrita de Luciane reveza presente e passado com muita propriedade. Já quero ler tudo o que a autora escreve e, antes da metade desta leitura, já havia procurado outros livros dela para adicionar à lista de desejados.

Vocês podem me perguntar: e o que tem a ver a foto do livro ao lado de um bolo de aniversário? O que posso dizer é que está completamente dentro do contexto: os doces descritos na história me deram água na boca, mas o motivo vocês terão que ler para descobrir!

Edição linda da InVerso, com muito simbolismo entre o título, a capa e a história. As páginas são amareladas e a fonte confortável à leitura. Revisão impecável!

Recomendo a todos, especialmente a quem gosta de fortes dramas!

E vocês, curtem esse tipo de leitura? Me recomendem os livros nos comentários.

#PRACEGOVER: A capa tem fundo azulado e a silhueta de uma mulher com um guarda chuva. O título e o nome da autora vêm logo abaixo, centralizados.



#PRACEGOVER: Caricatura da Karla, escrito
"Matéria de Karla Samira"



26 de maio de 2020

[Resenha da Karla] Aldeia dos mortos

#PRACEGOVER: Capa do livro
ALDEIA DOS MORTOS
Autor (a): Adriana Vieira Lomar
Editora: Patuá
Ano: 2020
Páginas: 196
Minha classificação: 4/5

Sinopse: Aldeia dos mortos, de Adriana Vieira Lomar, chama a atenção pela originalidade. O protagonista é um feto que percebe tudo o que se passa fora da barriga da mãe, que participa da vida familiar e dos diferentes aspectos do universo físico e existencial ao seu redor. Um feto que anda na rua, segue os passos dos personagens, tenta interferir na história, apesar de não ter ainda nascido. Alguém que carrega em si um sentido real e metafórico e se propõe a uma missão difícil. Muitas vezes o feto é tratado como ele/ela, levantando a questão da identidade sexual que nos acompanha, de algum modo, desde que somos concebidos.



Olá, leitores do Pacote Literário!

Hoje venho lhes contar um pouco sobre esse livro publicado pela Editora Patuá, recebido em parceria com a autora Adriana Vieira Lomar. Adriana é muito atenciosa, não deixou de constar uma linda dedicatória, conforme se vê na foto.


#PRACEGOVER: Montagem com duas fotos: A capa do livro e a primeira
página com a inscrição "Para a prezada Karla Samira com o afeto da Adriana
Vieira Lomar. Rio, 22/4/20"


Leitura completamente diferente de tudo o que já li! Originalidade é realmente a palavra para defini-la.

O livro é narrado por um feto que ainda não tem nome e nos leva a diversas situações junto de si.

Mesmo ainda na barriga da mãe, ele (ou ela) sente tudo o que acontece ali naquela relação mãe e filho, mas também passeia pelo passado, observa e tenta mudar o destino de várias pessoas.

No passado, descobrimos a história dos familiares da mãe.

Me encantei particularmente por Vó do Caco, pessoa de paciência meticulosa, que colava os cacos de porcelana com facilidade e habilidade.

Também durante a leitura temos questões consideradas tabus para a época e como se davam as situações e os comentários da sociedade para o comportamento “padrão” de uma dama, por exemplo.

Dramas familiares, questões de honra, justiça, vingança e, claro, grandes enganos são vistos no decorrer desse livro, que tem um quê de metafísico.

Nesta costura muito bem tecida por Adriana, nos entregamos a tantas metáforas da vida, que é até difícil enumera-las.

A cola e a paciência são absolutamente necessárias para juntar os cacos (e as dores) advindos das quebras da vida.

Voltar atrás para tentar prevenir a morte de alguém que se ama... quem nunca pensou nas inúmeras possibilidades se aquele ente especial ainda estivesse vivo?

O feto que assiste a tudo e já tira conclusões concisas sobre seus irmãos e seus pais também me tocou em cheio. Ele sente, no comportamento de cada um, como serão aquelas relações após o seu nascimento. 

Bernadete, a menina inconsequente de quem Mivó cuida nos traz diversas questões. A superproteção da “mãe postiça”, os ciúmes, que normalmente estão presentes em todas as relações entre irmãos. O certo e o errado aqui são ressignificados, tanto (e tão pouco) amor em cada momento dessa vida.

#PRACEGOVER: Fundo de toco de madeira, uma flor grande na cor rosa e o livro à direita.


Recheado de palavras advindas de um vocabulário regional, temos contato com expressões muito próprias que trazem ao texto de Adriana uma ambiguidade bastante reflexiva.

Essas e muitas outras são as questões trazidas por Adriana, com sua escrita fluida que, por vezes, é triste e melancólica.

Tenho certeza de que, se eu reler 5 vezes, em todas encontrarei novas questões para refletir.

A edição da Editora Patuá é muito bonita, com uma simbólica capa preta e o gato, um personagem do qual eu não falei acima, de propósito, para aguçar a curiosidade de vocês. (A vida e o comportamento dele também apontam para uma reflexão). As páginas amareladas e a fonte são confortáveis à leitura e a revisão foi perfeita.

Algo que me chamou muito a atenção foi a dedicação na elaboração dos títulos de cada capítulo. Cada um deles com a medida certa entre transparecer e deixar o assunto “escondido”, trabalho minucioso que deu um belo resultado!

Adorei e recomendo a leitura!


E vocês, o que acharam da resenha? Me contem nos comentários!

A Clauo do Mãe Literatura também fez a leitura e postou hoje a resenha, confiram!

#PRACEGOVER: A capa do livro tem fundo escuro em escala de cinza. Traz o nome da autora e o título centralizados e abaixo, um gato sentado em uma cadeira de balanço.




#PRACEGOVER: Caricatura da Karla, escrito
"Matéria de Karla Samira"



23 de maio de 2020

[Resenha] Muito além da sobrevivência

#PRACEGOVER: Capa do livro
MUITO ALÉM DA SOBREVIVÊNCIA

Autor (a): Joyce Guerra
Editora: Artêra
Ano: 2016
Páginas: 212
Minha classificação: 5/5

Sinopse: Livro de pequenos contos de Joyce Guerra. Muitos são descrições de acontecimentos diários com as reflexões advindas deles, outros apenas descrições, outros reflexões sobre fatos da mídia ou acontecimentos em geral. Falam sobre a maternidade, a questão da inclusão (Joyce e seu marido são cegos), sobre a não-violência e sobre a vida em geral. Reflexões que apesar de já existirem por aí são mostradas com questões que não são muito comuns na abordagem da maternidade e inclusão e de como a não-violência se encaixa para resolver e encaminhar essas questões.

Olá, leitores do Pacote Literário!

Hoje venho falar de Muito além da sobrevivência, da autora  parceira Joyce Guerra, da Editora Appris, através do selo Artêra.

Por indicação da Isa, nossa colunista aqui do Pacote, realizei a leitura e foi uma das que mais gostei nesse ano de 2020.

Se você quer um livro totalmente diferente, em que parece uma conversa com uma amiga querida, essa é a indicação certa, pois foi assim que me senti nas suas 212 páginas.

Joyce é deficiente visual, casada e mãe de três filhos. 

Quando o livro foi escrito, em 2016, eram três crianças pequenas que demandavam toda atenção de Joyce (como todo filho demanda a atenção da mãe).

Joyce passeia com muita propriedade pelas situações pelas quais passa, advindas de cada uma dessas circunstâncias (deficiência, casamento, maternidade e ser pessoa, ser mulher).

Mas se engana quem pensa que ela tem uma postura vitimista em relação à deficiência: Joyce é hábil e prática ao explicar que a deficiência visual é um fato em sua vida e não algo que a define, apesar da insistência das pessoas em forçar tal definição e, assim, julga-la de todas as formas mais inconvenientes que se possa imaginar.

Ela explica que os desafios da maternidade são muito mais complexos e exigem mais sabedoria e paciência, que é algo muito maior e traz demandas muito mais amplas que a deficiência.


#PRACEGOVER: Fundo é um toco de madeira, celular com a capa do livro centralizado. Acima, uma bonequinha de biscuit, à esquerda, pétalas de rosa e à direita uma rosa.


Principalmente quando se fala em uma educação não violenta, algo que eu a admiro por colocar em prática. Três filhos crianças em casa é um desafio para qualquer mãe. Para ela, não poderia ser diferente.

Ela explica que sim, consegue cuidar de seus filhos plenamente desde que nasceram. Que é estressante lidar com quem prefere acreditar que ela não dá conta de ser mãe de seus filhos.

Já li muitos livros sobre Educação Não Violenta, pois tenho uma filha de 2 anos e tento aplicar as técnicas com ela. Mas esse livro é como uma aula prática. Como mãe em período integral e com a aplicação dos pilares da disciplina positiva, a perspicácia de Joyce é um exemplo a todos os pais e educadores.

Joyce é dona de uma escrita fluida, objetiva e sem frescuras.

Aprendi muito com esse livro e indico a todas as pessoas que queiram se comunicar melhor e sem violência, principalmente com seus filhos e alunos.

Esse livro foi, dentro da proposta da educação não violenta, um dos que mais demonstrou a prática dessa forma de se relacionar, pois são contos do dia-a-dia da autora.

Além de tudo, ela aborda a inclusão como ninguém, pois ela e o esposo são deficientes visuais e ela tem diversas experiências para nos contar. Maravilhosa experiência de leitura!

E vocês, já leram algo sobre o tema ou têm alguma curiosidade? Me contem nos comentários!

#PRACEGOVER: A capa do livro tem fundo em tons de rosa e azul, com o nome da autora centralizado acima e o título no centro.




#PRACEGOVER: Caricatura da Karla, escrito
"Matéria de Karla Samira"







© Pacote Literário ♥ 2020 - Todos os direitos reservados.