Foto do livro com marcador e caneta em formato de chave. A capa em P/B traz recortes de um tabuleiro de xadrez e silhuetas de pessoas em um local público. Nome da autora e título centrais. |
Sinopse: Os contos do volume Ambiguidade pulsam e germinam em torno de universos que a autora vem trabalhando também em suas outras narrativas, como em seus romances. E, assim, os temas vão surgindo pouco a pouco, configurando alguns eixos temáticos. Um deles é a situação amorosa entre casais. Por exemplo, em “Odor”, uma mulher relata à filha os pecados e as traições do pai. Já “Morta-viva” apresenta uma protagonista que cobra do marido suas traições e mentiras, e ele, por sua vez, diz que ela perdeu o brilho. O tempo surge, porém, como um véu que cobre angústias e ressentimentos e até envolve a narradora, que observa um velho casal sentado em uma praça, testemunha seu desencontro e se confunde com ele. Algumas vezes, o sentimento amoroso adquire contornos de mistério, como em “Insulto”, em que um casal alimenta uma relação platônica em encontros semanais ao longo do tempo, até que o fantasma da morte e de um outro plano se revela no fim
Oi, oi!
Recebido em parceria com a autora, li Ambiguidades aos poucos. Adoro a escrita da @adri_ana_vieiralomar que conheci através de seu livro Aldeia dos mortos.
Aqui temos contos sobre a vida, a morte e o que se passa entre um acontecimento e outro.
Não é um livro fácil de ler, mas não pela escrita de Adriana, que é extremamente fluida. Acho que a dificuldade vem das coisas impensáveis e, ao mesmo tempo, possíveis e, até mesmo, prováveis.
Relações amorosas, decepções e sofrimentos. Marcas da infância dos personagens, vida e morte que acontecem e mudam totalmente os rumos das histórias.
Tudo isso nos é contado pelos personagens, que variam entre pessoas e objetos. Achei bem inusitado o fato de Adriana criar pensamentos para um fogão, por exemplo. Um objeto que observa um casal e conta ao leitor seus impressões sobre algo que acontecia na casa.
Esse e outros tipos de questões são abordados de forma a sugerir que tudo tem dois lados - e penso que, por isso, o título ambiguidades - de forma que fiquei com os sentimentos divididos.
Também gostei bastante de não haver julgamentos no decorrer das histórias. Senti que Adriana joga os acontecimentos e sentimentos e deixa com o leitor a parte de julgar quem agiu corretamente.
Considero impossível fechar o livro e não se colocar a refletir sobre a vida e a morte. E também sobre as ambiguidades com as quais nos deparamos durante o intervalo.
Para quem curte uma leitura um pouco mais densa e introspectiva, recomendo muito.
E aí, bateu curiosidade para ler os contos? Me fala aqui embaixo!
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