NA MINHA PELE
Autor (a): Lázaro Ramos
Editora: Objetiva
Ano: 2017
Páginas: 152
Classificação: 4/5
Sinopse: Movido pelo desejo de viver num mundo em que a pluralidade cultural, racial, étnica e social seja vista como um valor positivo, e não uma ameaça, Lázaro Ramos divide com o leitor suas reflexões sobre temas como ações afirmativas, gênero, família, empoderamento, afetividade e discriminação.Ainda que não seja uma biografia, em Na minha pele Lázaro compartilha episódios íntimos de sua vida e também suas dúvidas, descobertas e conquistas. Ao rejeitar qualquer tipo de segregação ou radicalismos, Lázaro nos fala da importância do diálogo. Não se pode abraçar a diferença pela diferença, mas lutar pela sua aceitação num mundo ainda tão cheio de preconceitos. Um livro sincero e revelador, que propõe uma mudança de conduta e nos convoca a ser mais vigilantes e atentos ao outro.
Olá leitores do Pacote Literário!
Hoje trago para vocês a resenha do livro "Na minha pele", escrito pelo ator global Lázaro Ramos.
O livro chegou às minhas mãos através do empréstimo de uma amiga querida. Confesso que, inicialmente, não foi uma leitura que me agradou tanto, mas a segunda parte dele é bem interessante e fiquei bem grata por ter insistido na leitura.
Apesar de, no início da obra, prometer que não se trataria de uma autobiografia, na primeira parte do livro o leitor tem contato com a fase inicial da vida de Lázaro. Ele nos conta sobre seus familiares, o local onde vivia, seus costumes e como se iniciou sua carreira como ator.
Na segunda parte do livro, ele entra de cabeça nas questões raciais que ainda permeiam nosso universo, sobretudo o mundo da mídia, da TV e das celebridades.
Em perguntas sutis nas entrevistas sobre seu trabalho, tais como "Como é fazer o papel de um médico negro nessa história?", percebemos o quanto ainda é complicada a nossa relação com as questões de raça.
Afinal, como o próprio Lázaro menciona, ele sabe apenas como é fazer o personagem negro, pois ele não é branco. Ou seja, por quê a pergunta ressalta a questão da cor?
O que Lázaro quer nos mostrar e eu concordo bastante é que, muitas vezes, a cor ainda fica em um patamar muito mais alto de importância que o trabalho em si, a competência e o talento da pessoa.
Outra coisa muito interessante que Lázaro pontua é que ele sempre evitou fazem papéis em que tivesse que segurar ou manipular uma arma, justamente para não se identificar com o papel de bandido, tantas vezes relacionado à cor negra pela mídia.
Ainda são abordadas no livro questões de autoestima, de insegurança e menosprezo, humilhações e o preconceito na acepção mais pura da palavra.
Questões de identificação também são muito bem colocadas, como quando Lázaro procura meios de mostrar a seus filhos que eles podem construir suas vidas, apesar das questões da raça (e do medo que ele tem de que seus filhos sofram com isso!).
Primeira obra que leio do autor, achei sua escrita fluida e de fácil entendimento.
A meu ver, Lázaro poderia ter se posicionado sobre alguns pontos polêmicos, como o relacionamento inter-racial, assunto sobre o qual ele fez uma abordagem muito sutil. Senti falta dessa discussão e do aprofundamento em assuntos um pouco mais desenvolvidos, mas creio (e espero) que ele os tenha deixado para um próximo livro!
Recomendo o livro (e as reflexões que ele traz) para todas as pessoas.
E você, já leu este livro ou outros que abordem questões de raça? O que achou? Conte-nos nos comentários!
Apesar de, no início da obra, prometer que não se trataria de uma autobiografia, na primeira parte do livro o leitor tem contato com a fase inicial da vida de Lázaro. Ele nos conta sobre seus familiares, o local onde vivia, seus costumes e como se iniciou sua carreira como ator.
Na segunda parte do livro, ele entra de cabeça nas questões raciais que ainda permeiam nosso universo, sobretudo o mundo da mídia, da TV e das celebridades.
"Esta viagem que começa aqui só é possível porque redescobri um mundo que é meu, mas que não pertence só a mim."
Em perguntas sutis nas entrevistas sobre seu trabalho, tais como "Como é fazer o papel de um médico negro nessa história?", percebemos o quanto ainda é complicada a nossa relação com as questões de raça.
Afinal, como o próprio Lázaro menciona, ele sabe apenas como é fazer o personagem negro, pois ele não é branco. Ou seja, por quê a pergunta ressalta a questão da cor?
O que Lázaro quer nos mostrar e eu concordo bastante é que, muitas vezes, a cor ainda fica em um patamar muito mais alto de importância que o trabalho em si, a competência e o talento da pessoa.
Outra coisa muito interessante que Lázaro pontua é que ele sempre evitou fazem papéis em que tivesse que segurar ou manipular uma arma, justamente para não se identificar com o papel de bandido, tantas vezes relacionado à cor negra pela mídia.
Ainda são abordadas no livro questões de autoestima, de insegurança e menosprezo, humilhações e o preconceito na acepção mais pura da palavra.
Questões de identificação também são muito bem colocadas, como quando Lázaro procura meios de mostrar a seus filhos que eles podem construir suas vidas, apesar das questões da raça (e do medo que ele tem de que seus filhos sofram com isso!).
"Esses somos nós, reflexos de um espelho quebrado que, como um mosaico, apresenta um pedacinho de nossa história. Se visto com carinho, cada pedaço tem sua beleza, valores e complexidades reconhecidos."
Primeira obra que leio do autor, achei sua escrita fluida e de fácil entendimento.
A meu ver, Lázaro poderia ter se posicionado sobre alguns pontos polêmicos, como o relacionamento inter-racial, assunto sobre o qual ele fez uma abordagem muito sutil. Senti falta dessa discussão e do aprofundamento em assuntos um pouco mais desenvolvidos, mas creio (e espero) que ele os tenha deixado para um próximo livro!
Recomendo o livro (e as reflexões que ele traz) para todas as pessoas.
E você, já leu este livro ou outros que abordem questões de raça? O que achou? Conte-nos nos comentários!
O Lázaro Ramos é presença frequente na feira do livro de minha cidade todos os anos, mas confesso que nunca me senti atraída pela leitura nem em fazer uma visita no horário em que ele estaria. Porém, achei sua resenha bem interessante, que me fez olhar com outros olhos a obra do ator/autor. Afinal, é um tema extremamente atual, e ter um olhar real sobre ele é importante. Beijos!
ResponderExcluirFernanda, é o primeiro livro que leio dele (acho que ele só tem esse por enquanto) e realmente vale a pena a leitura. Beijos!
ExcluirOlá Karla, eu fiquei de olho nesse livro quando ele foi lançado mas foi uma palestra do Lázaro em um evento literário que me fez querer ler e ouvir o que ele tem a dizer. Achei ele bem coerente em suas abordagens, e acreditei que de fato ele tinha algo importante a dizer. Lendo sua resenha, vejo que sua obra tem sim questões que valem e muito a leitura. Ainda não consegui ler "Na minha pele", mas sem sombra de dúvidas é um livro que está na minha lista.
ResponderExcluirAbraços!
Delmara, ele aborda sim temas bem importantes que provocam grandes reflexões (e mudanças) em nosso modo de agir. Vale a pena a leitura, super indico! Beijos!
ExcluirOlá...
ResponderExcluirAdorei sua resenha!
Gosto muito do Lázaro como ator, por isso sempre fiquei curiosa em relação a esse livro! Achei interessante o foto do ator evitar fazer papéis em que tem que segurar ou manipular uma arma...
Dica anotada!
Bjo
Oi Diane! Também gosto muito do trabalho dele como ator e acho que como escritor nos trouxe várias reflexões que valem a pena a leitura. Beijos!
ExcluirEu quero muito ler este livro por dois motivos: primeiroporque acho o Lázaro um dos artistas mais completos da minha geração tenho muito orgulho de admira-lo. Outra porque eu adoro biografias e acho que sempre agrega muito.
ResponderExcluirBeijos
Oi Ivi! Então você vai curtir o livro também! Eu sou suspeita porque também gosto de biografias. Valem muito a pena a leitura e as reflexões que ele nos traz. Beijos!
ExcluirOlá!
ResponderExcluirApesar de adorar o ator, não leria o livro por não gostar do gênero.
Eu provavelmente adoraria ler a parte em que ele fala sobre si mesmo. Uma pena você ter achado que faltou a abordagem de outros temas no livro.
Oi Ana! Uma pena você não gostar desse tipo de leitura. Sim, faltou abordar temas mais polêmicos, mas acredito que ele os aborde de outras formas ou num próximo livro, quem sabe? Beijos!
ExcluirOlá, tudo bem? Esse não é o tipo de literatura que me agrada, apesar de eu gostar muito do ator, no momento vou passar a dica, mas quem sabe daqui uns anos eu dê uma chance a ele e a mais livros do gênero.
ResponderExcluirUm beijo.
Oi Rayanni! Uma pena não gostar desse gênero, mas se algum dia for ler algo do tipo, dê a chance ao Lázaro e às reflexões que ele traz. Beijos!
ExcluirOi Karla.
ResponderExcluirOu não sabia que o Lázaro tinha esse livro, mas mesmo sem ler, e tendo a sua opinião como referência, acho que ele trata de assuntos que precisam e são necessários serem discutidos nos dias atuais. Obviamente que já evoluímos em alguns pontos, mas temos um longo caminho a percorrer. Boa dica de leitura.
Obrigado.
Oi Elder! Sim, são assuntos pelos quais não temos tanto interesse no dia a dia (como sociedade), mas de suma importância para construirmos juntos um mundo mais justo para todos. Beijos!
ExcluirBoa noite
ResponderExcluirNão sei se encararia a leitura principalmente pelo fato do início parecer uma biografia. Achei interessante a preferência dele por não fazer papéis que dependam de armas, não sabia dessa escolha do ator. Parabéns pela resenha.
Oi Júlio! Eu já curto demais as biografias, mas vai do gosto de cada um né? Sim, ele sempre optou por personagens que não portam armas e eu achei isso, por si só, uma forma de lutar pelo que ele acredita. Beijos!
ExcluirPreconceito racial é um assunto que está sempre em voga e, por isso, merece ser sempre comentado. Minha namorada e eu estávamos discutindo sobre isso alguns dias atrás e mencionamos com frequência o Lázaro. Achei sua resenha interessante e me deixou curiosa para conhecer. Beijo!
ResponderExcluirwww.livroapaixonado.com.br
Oi Júlia! Sim, o preconceito de todas as formas merece ser discutido e, nossas atitudes, repensadas. Nem sempre sabemos quando estamos falando algo que magoa alguém e isso pode ser refletido em livros como esse. Beijos!
ExcluirEu gosto muito de ler não-ficção e estou curiosa com esse livro desde o lançamento dele, gostei de ver a sua opinião e de conhecer um pouco mais sobre a obra, tenho a impressão de que vou gostar da leitura
ResponderExcluirOlá Karla!!!
ResponderExcluirEu gosto muito do ator e já vi ele tratando sobre esse assunto em muitas entrevistas ou relatos que ele fala, acho que livros assim são necessários e precisam ser lidos por mais pessoas.
Adorei a resenha e espero que esses pontos que o autor deixou de abordar venham num segundo livro como você disse.
lereliterario.blogspot.com
Oi Karla,
ResponderExcluirNão sou muito de ler biografias, mas esse é um livro que sempre tive vontade de ler. Acho o Lazaro Ramos um excelente ator e uma pessoa politizada no sentido amplo da palavra. Concordo com você quando diz que a cor ainda fica em um patamar muito mais alto de importância que o trabalho em si, a competência e o talento da pessoa. Assim como a questão sexual. Obrigado por me lembrar da existência desse livro. Com os inúmeros lançamentos, alguns título que queremos ler acabam se perdendo entre tantos outros.
Com amor, André
Garotos Perdidos
Oi querida
ResponderExcluirQue bacana seu post!
Eu adorei sua dica, quero ler também.
Li alguns com esta temática e um dos que mais gostei foi A Vida secreta das abelhas
Beijos
Claudia
Ah eu amei o livro...
ResponderExcluirA leitura do livro foi sugerida por uma professora minha e fui até a biblioteca em busca do livro.
De início eu achava que seria ruim a leitura mas me surpreendi... excelente livro...
Principalmente por que fala do preconceito...
Foi importante ter lido alguns comentários deste livro, vou comprar um na primeira oportunidade. Pois tenho certeza de que a razão que temos pra viver, depende da ilustre cor de cada ser humano, afinal não temos sangue diferente e todos após a morte só temos um espaço igual pra se decompor que é a nossa mãe terra.
ResponderExcluirAiiiii calica
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