15 de maio de 2020

[Resenha] O sol vinha descalço

O SOL VINHA DESCALÇO
Autor (a): Eduardo Rosal
Editora: Reformatório
Ano: 2016
Páginas: 96
Minha classificação: 5/5

Sinopse: O poema de Eduardo Rosal, vencedor do Prêmio Maraã de Poesia, aqui em O sol vinha descalço, fez a opção da verticalidade. Com isso eliminou ou reduziu a distância que separa poetar e pensar, e gerou novos espaços nos quais os objetos podem tornar-se sujeitos, como que inesperadamente. E tudo sob os auspícios do "o sal-sol do mundo". Mas o poeta evitou sabiamente calçar ou permeabilizar o sol. Quis simplesmente compreender porque "vinha descalço", e se deixava tensionar entre "abismo e ponte". O texto sujeito alarga o espaço do texto objeto. Recolhe o contexto, mas não se deixa subjugar por ele. A forte aliança de texto e contexto, articulada com perícia, alimenta a ação do fazer poético. É quando a língua, passagem obrigatória, se transforma em linguagem, instância instauradora. O texto irrompe do contexto, e logo proclama a sua independência. Carregando consigo o leve peso das palavras, e a sonoridade cifrada do silêncio. A temerária jornada humana prospera claramente, sem recorrer à exaltação. O verdadeiro poeta não precisa gritar para ser escutado. Os excessos, a hemorragia verbal, a poluição sonora, são capítulos menores de um estranho manual de contravenções literárias. Os torrenciais que me perdoem, mas o comedimento é fundamental.


Olá, leitores do Pacote Literário!

Hoje venho lhes contar as minhas impressões sobre a leitura de O sol vinha descalço, publicado pela Editora Reformatório, recebido em parceria com a Oasys Cultural.

Eduardo Rosal, o autor, escreve sobre coisas simples presentes na rotina de qualquer pessoa, sobretudo retrata com muita sensibilidade a nostalgia da sua infância.

"ERRO: Se eu morrer/juro que não erro mais."


Como sabem, eu amo poesia e tenho o hábito de realizar esse tipo de leitura com certa frequência. Ao ler a sinopse, já esperava que seria um bom livro, no mínimo curioso. Mas esse livro é muito mais que isso: é simplesmente sensacional!

#PRACEGOVER: Livro centralizado, céu azul, o sol acima e os raios refletindo no livro.


Falar poeticamente sobre fatos e coisas tão simples do dia-a-dia é algo muito complicado e difícil. Eduardo fez isso parecer fácil e corriqueiro! Ele fala de vida, sentimentos...

O autor ainda personifica alguns objetos e os fazem ser os sujeitos de alguns poemas, como a moeda que se esconde na quina do sofá.

O sarcasmo e a ironia também permeiam seus poemas, como em um poema que diz “Se eu morrer, juro que não erro mais.” Uma pequena frase tão repleta de significados, que fica difícil se arriscar a explicar. Todos erramos até o fim da vida, acostume-se com isso. Será que foi isso o que o autor quis dizer? São muitas as possibilidades de interpretações e as lições a serem retiradas da leitura.

Seus poemas ainda têm como tema Deus, afeto, medo e muitos outros que ele desvenda com muita singularidade e, sobretudo, com bastante leveza.

O coração bateu mais forte em algumas estrofes, as páginas me fizeram viajar junto dos trechos e relembrar minha infância, do gosto (e das expectativas) do natal e seus sabores e também de outras datas. Me deu saudade de quem não está mais aqui. E, claro, foi impossível não me emocionar entre as páginas e as memórias!

"HUMANO: Tenho tido tão pouco ódio/que chego a ter medo/ de não estar sendo/ o mais humano que posso."

Quando recebi o livro, vi que O sol vinha descalço foi vencedor do Prêmio Maraã de Poesia 2015 e me perguntei quais critérios baseiam a escolha de determinada obra como vencedora desse tipo de prêmio. Ao ler o livro, eu compreendi facilmente.

Eduardo não “força a barra” nas palavras, nas rimas nem nos temas tratados. A naturalidade com que coloca as palavras no papel me impressionou. Senti que ele não escreve “por escrever”. Me parece que ele escreve “por sentir”. E o leitor pode compartilhar desse sentimento em cada linha!

Emocionante, extremamente sensível, de fato um primor de poesia. Recomendo a todos!

E vocês, curtem poesias? O que acharam da resenha? Me contem nos comentários.

#PRACEGOVER: A capa do livro tem fundo preto, o título centralizado, a foto de uma janela aberta com a luz do sol e o nome do autor abaixo.





#PRACEGOVER: Caricatura da Karla, escrito
"Matéria de Karla Samira"

2 comentários:

  1. Eu adoro poesias e imagino que este livro seja muito bonito mesmo, Karlinha!
    Já quero ler!
    Além de adorar poesia, sei que não é nada fácil resenhá-las e eu adorei seu post, parabéns
    Bjs
    Claudia

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  2. Minha querida Karla, muito obrigada pela leitura do livro e pela resenha cuidadosa e atenciosa. A foto também ficou linda. Gratidão, vamos compartilhar.

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