Sinopse: Em seu ensaio icônico Os homens explicam tudo para mim, Rebecca Solnit foca seu olhar inquisitivo no tema dos direitos da mulher começando por nos contar um episódio cômico: um homem passou uma festa inteira falando de um livro que “ela deveria ler”, sem lhe dar chance de dizer que, na verdade, ela era a autora. A partir dessa situação, Rebecca vai debater o termo mansplaining, o fenômeno machista de homens assumirem que, independente do assunto, eles possuem mais conhecimento sobre o tema do que as mulheres, insistindo na explicação, quando muitas vezes a mulher tem mais domínio do que o próprio homem.
Por meio dos seus melhores textos feministas, ensaios irônicos, indignados, poéticos e irrequietos, as diferentes manifestações de violência contra a mulher, que vão desde silenciamento à agressão física, violência e morte. Os homens explicam tudo para mim é uma exploração corajosa e incisiva de problemas que uma cultura patriarcal não reconhece, necessariamente, como problemas. Com graça e energia, e numa prosa belíssima e provocativa, Rebecca Solnit demonstra que é tanto uma figura fundamental do movimento feminista atual como uma pensadora radical e generosa.
Olá, leitores do Pacote Literário!
Hoje a resenha é do livro Os homens explicam tudo para mim, escrito por Rebecca Solnit e publicado pela Editora Cultrix, selo do Grupo Editorial Pensamento.
Escolhido para a nossa Ciranda Literária 2020, realizei a leitura dele no mês de fevereiro e hoje venho lhes contar minhas impressões.
Conforme descrito na sinopse, a melhor parte do livro é a que a autora precisa repetir mais de três vezes a um sujeito, em um evento, que o livro sobre o qual ele discursava (e que era o livro mais vendido no país, à época), era de sua autoria.
Observo que essa situação é extremamente comum nas vidas de todas as mulheres, tendo em vista que os homens da nossa sociedade, em regra, não se dão conta de que uma mulher também é capaz de alcançar o sucesso em qualquer área profissional.
Além disso, eles não nos escutam (literalmente!). E essa dificuldade em escutar as mulheres, muitas vezes, gera a discriminação, de forma a sermos deixadas sempre de lado em todos os setores, seja ele pessoal, profissional, político ou social.
O livro também traz trechos de Virgínia Wolf, escritora considerada “louca” à época em que foram publicados. Atualmente, uma nova visão proposta por Rebecca nos explica, passo a passo, como a escrita de Virgínia é importante para nossa sociedade atual.
Outro ponto de que gostei bastante é que esse livro da autora é recheado de estatísticas que embasam cientificamente o que ela escreve, ou seja, fica impossível contestar seus dados apenas com “achismo”, ou seja, com machismo ou preconceito.
O livro aborda temas como política, feminismo, direitos humanos, ou seja, invariavelmente nos faz refletir sobre a origem do movimento feminista (e nos convida a “voltar aos trilhos” do seu surgimento).
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#PRACEGOVER: Fundo de folhas verdes. Paleta e pincel de sombra, marcador com inscrição "Mesmo SoFrida, jamais me Kahlo" marcador do Pacote Literário e o livro. |
A autora é bem técnica e usa linguagem típica de estudo científico, mas não traz dificuldades de leitura em seus termos e expressões. Tem uma escrita fluida e inteligente, me agradou muito.
Edição muito bem feita pela Editora Cultrix, com páginas amareladas e fonte confortável à leitura. Capa bem provocativa e interessante, que me chamou muito a atenção.
A meu ver, é um livro que precisa ser lido por todas as pessoas, principalmente pelo movimento feminista atual, pois ele volta à raiz do problema e aprofunda nas mudanças necessárias para se conseguir uma sociedade com mais igualdade entre os gêneros.
E vocês, já leram este ou outro livro dessa temática? Contem nos comentários!
#PRACEGOVER: A capa do livro traz no fundo a foto de um homem com uma fita em formato de “X” na boca. À esquerda, o título e abaixo, centralizado, o nome da autora.
Ótima dica, Karlinha!
ResponderExcluirVi quando saiu este livro e desde então ele está na minha lista de desejados
Algumas leituras são mesmo necessárias e esta parece ser uma delas
Adorei o post
Bjs
Claudia