Autor: Charlotte Perkins Gilman
Editora: José Olympio
Ano: 2016
Páginas: 112
Sinopse: Uma mulher fragilizada emocionalmente é internada, pelo próprio marido, em uma espécie de retiro terapêutico em um quarto revestido por um obscuro e assustador papel de parede amarelo. Por anos, desde a sua publicação, o livro foi considerado um assustador conto de terror, com diversas adaptações para o cinema, à última em 2012. No entanto, devido a trajetória da autora e a novas releituras, é hoje considerado um relato pungente sobre o processo de enlouquecimento de uma mulher devido à maneira infantilizada e machista com que era tratada pela família e pela sociedade.
Olá, queridos leitores!
Dessa vez, o livro tem apenas um conto, mas ele é tão forte que considero um marco na literatura feminista e, assim, outra não poderia ser minha escolha que não fosse trazer para o blog!
Sob pretexto de que está doente, John recolhe a sua esposa em um quarto, para que possa se recompor e, assim, a única companhia que tem é o papel de parede do quarto, amarelo e gasto, mas cheio de imagens para as quais ela pode olhar o dia todo.
A esposa nos conta que seu marido e sua cunhada não concordam com a espécie de diário que criou para relatar esse confinamento e, por isso, o faz às escondidas.
"Mas o que se pode fazer? Apesar deles, escrevi durante um tempo; mas isso de fato me deixa exausta - ter que ser tão furtiva, ou então enfrentar forte oposição."
Apesar de não concordar com nenhuma escolha que John faz para ela, a esposa o considera um ótimo marido e quer se convencer de que ele só quer o melhor para ela.
Quando ela consegue abordar qualquer assunto relativo a ela, como uma sugestão de mudança ou reclama das saudades que sente de seu filho, John insiste que, por ser médico, entende que aquela é a melhor forma de ela se curar.
E, entre uma tristeza e outra, o livro se desenvolve, com relatos do dia a dia da esposa que se misturam à violência psicológica muito presente em sua vida.
A capa do livro conta um pouco de sua história, pois mostra a mulher protagonista e o papel de parede amarelo, em recortes confusos como também é a sua mente.
"A verdade é que estou ficando com um pouco de medo de John. Ele às vezes parece muito estranho, e mesmo Jennie tem um olhar inexplicável."
Acredito que a autora não nomeia a esposa de forma proposital, pois, após o final do livro, ela nos relata que a inspiração para a escrita foi a sua própria vida.
Um dos mais lindos livros que li sobre Feminismo. Um relato que se mostra, ao mesmo tempo, um desabafo e um pedido de socorro.
"E John tem andado tão estranho que prefiro não o irritar. Gostaria que ele fosse para outro quarto! Além do mais, não quero que ninguém além de mim ajude essa mulher a se libertar."
Gostei muito do livro e da abordagem da autora, para que não nos esqueçamos de que, ainda hoje, existem muitas formas de violência contra a mulher.
Aos amantes do tema, em minha opinião, se trata de leitura obrigatória e, para os curiosos, pode ser um ótimo ponto de partida.
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Oi querida
ResponderExcluirAdorei sua resenha!
Este livro está na minha lista há tempos
Agora quero ler mais ainda
Bjks mil