17 de junho de 2019

[Resenha] Feminismo em comum

FEMINISMO EM COMUM
Autor (a/es): Marcia Tiburi
Editora: Rosa dos tempos
Ano: 2018
Páginas: 126
Classificação: 4/5



Sinopse: Primeiro livro feminista escrito pela filósofa Marcia Tiburi, autora do sucesso Como conversar com um fascista Podemos definir o feminismo como o desejo por democracia radical voltada à luta por direitos de todas, todes e todos que padecem sob injustiças sistematicamente armadas pelo patriarcado. Nesse processo de subjugação, incluem-se todos os seres cujo corpo é medido por seu valor de uso – corpos para o trabalho, a procriação, o cuidado e a manutenção da vida e a produção do prazer alheio –, que também compõem a ampla esfera do trabalho na qual está em jogo o que se faz para o outro por necessidade de sobrevivência. O que chamamos de patriarcado é um sistema profundamente enraizado na cultura e nas instituições, o qual o feminismo busca desconstruir. Ele tem por estrutura a crença em uma verdade absoluta, que sustenta a ideia de haver uma identidade natural, dois sexos considerados normais, a diferença entre os gêneros, a superioridade masculina, a inferioridade das mulheres e outros pensamentos que soam bem limitados, mas ainda são seguidos por muitos. Com este livro, Marcia Tiburi nos convida a repensar essas estruturas e a levar o feminismo muito a sério, para além de modismos e discursos prontos. Espera-se que, ao criticar e repensar o movimento, com linguagem acessível tanto a iniciantes quanto aos mais entendidos do assunto, Feminismo em comum seja capaz de melhorar nosso modo de ver e de inventar a vida. “O feminismo nos leva à luta por direitos de todas, todes e todos. Todas porque quem leva essa luta adiante são as mulheres. Todes porque o feminismo liberou as pessoas de se identificarem como mulheres ou homens e abriu espaço para outras expressões de gênero – e de sexualidade – e isso veio interferir no todo da vida. Todos porque luta por certa ideia de humanidade e, por isso mesmo, considera que aquelas pessoas definidas como homens também devem ser incluídas em um processo realmente democrático.” – do capítulo “Para pensar o feminismo



Olá queridos leitores do Pacote Literário!

Hoje venho trazer para vocês um pouquinho do que entendi na leitura deste livrinho pequeno em tamanho, mas grande no aprendizado.

Marcia Tiburi vai na raiz dos problemas sociais, religiosos e "naturais" que permeiam o tema feminismo. Infelizmente, ainda é gritante a diferença de gêneros em nossa sociedade.

Afinal, vivemos em um mundo onde ainda é comum a absoluta falta de respeito com as mulheres nas ruas, dentro da família, em vagas de trabalho e, sobretudo, dentro de relacionamentos.

A violência doméstica e a violência contra a mulher, no geral, é crescente, como se pode observar ao ler ou assistir aos noticiários.


"A misoginia é o discurso de ódio especializado em construir uma imagem visual e verbal das mulheres como seres pertencentes ao campo do negativo."

Muita gente ainda vê a mulher como a única responsável pelos cuidados com a casa e com os filhos e pressupõe que "isso é natural", "a obrigação com os filhos é somente da mãe mesmo", "mulher tem que ganhar menos porque engravida". A repetição de chavões como esses faz com que, cada vez mais, a mulher se afaste de posições importantes de poder.

Quanto mais longe do poder, mais marginalizada ela se torna, ou seja, bem mais próxima de ser vítima de violência e de se calar diante de espancamentos, ameaças e de tratamento abusivo no geral por parte do cônjuge, namorado, noivo ou companheiro.

Quando falamos em representatividade, também não estamos muito longe dessa realidade. Hoje, apesar de sermos mais da metade da população, não temos lugar nos cargos de poder.

Seja nos cargos eletivos, indicações ou através de concursos públicos, é nitidamente menor o número de mulheres na direção de grandes empresas públicas, em cargos de decisão ou que exerçam o poder de maneira geral.

Márcia Tiburi vem abrir os olhos do leitor sobre essa realidade e apelar para que nos mantenhamos unidos todos os feministas, de todos os gêneros, raça, condição e classe econômica, para que trilhemos os caminhos do feminismo até que algo mude.

"Desmontar a máquina misógina patriarcal é como desativar um programa de pensamento que orienta nosso comportamento."

O que mais gostei no livro de Márcia é que ela consegue traduzir facilmente um pensamento que eu sempre tive, o de que o feminismo não busca oprimir os homens, tampouco deseja que a mulher tenha mais poder que o homem, mas apenas a igualdade entre os gêneros, com a ocupação de cargos importantes, salários iguais, divisão igual do trabalho com a casa e com os filhos de ambos, enfim, os mesmos  deveres mas também os mesmos direitos!

Recomendo a todos os que fazem parte do movimento feminista, a quem deseja conhecer melhor do que se trata e a quem, de toda forma, deseja uma sociedade um pouco mais justa.


Essa leitura faz parte do Projeto #leiamulheres, já explicado aqui no blog.

E você, já leu este livro ou outros que tratam sobre o assunto? O que achou? Conte-nos nos comentários!



4 comentários:

  1. Nossa, que livros profundos você lê, hein? Rsrs são temas superatuais e importantes, que certamente nos fornecem muito aprendizado. Não são a minha onda, já que somente leio ficção e de preferência romances, mas acho muito legal aprender sobre temas como feminismo, violência familiar, etc. Beijos.

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    1. Sim, Fê! Sinto muita vontade de me aprofundar nesses temas e, por isso, tenho o hábito de ler com certa regularidade esse tipo de leitura. Beijos!

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  2. Mesmo não sendo um livro do meu estilo, adoro como você se importa e gosta de ler esses temas impactantes e importantes para a sociedade. É importante demais que as pessoas abram os olhos para essas questões e ver gente que traz isso pro cotidiano alegra o coração por nos fazer pensar que ainda há esperança, rs. Beijos!

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    1. Oi May! Pois é... é de extrema importância ler sobre tais temas para refletirmos se há algo que devemos mudar para tornar a sociedade um pouco melhor, afinal, somos parte do todo né? Beijos!

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