20 de março de 2022

[Resenha] A filha perdida

#pracegover Fundo neutro, uma boneca e kindle com a capa do livro, que traz no fundo o desenho de imóveis, à frente o nome da autora e título.

 


Sinopse: Lançado originalmente em 2006 e ainda inédito no Brasil, o terceiro romance da autora que se consagrou por sua série napolitana acompanha os sentimentos conflitantes de uma professora universitária de meia-idade, Leda, que, aliviada depois de as filhas já crescidas se mudarem para o Canadá com o pai, decide tirar férias no litoral sul da Itália. Logo nos primeiros dias na praia, ela volta toda a sua atenção para uma ruidosa família de napolitanos, em especial para Nina, a jovem mãe de uma menininha chamada Elena que sempre está acompanhada de sua boneca. Cercada pelos parentes autoritários e imersa nos cuidados com a filha, Nina parece perfeitamente à vontade no papel de mãe e faz Leda se lembrar de si mesma quando jovem e cheia de expectativas. A aproximação das duas, no entanto, desencadeia em Leda uma enxurrada de lembranças da própria vida — e de segredos que ela nunca conseguiu revelar a ninguém.
No estilo inconfundível que a tornou conhecida no mundo todo, Elena Ferrante parte de elementos simples para construir uma narrativa poderosa sobre a maternidade e as consequências que a família pode ter na vida de diferentes gerações de mulheres.





Oi oi!


Hoje quero contar a vocês que:

1 - dei outra chance para a autora Elena Ferrante

2 - paguei língua e gostei do livro!

Então vamos lá para as minhas impressões sobre A filha perdida, lido para o Clube Mãeliteratura

Aqui conhecemos a (aparentemente) controversa Leda, professora universitária que decide passar uns dias de férias na praia.

Leda tem a mesma mania que eu: observar como as pessoas ao redor se comportam no ambiente.

E ela se ocupa particularmente de uma família composta por muitos membros barulhentos.

Dentre eles, uma menina com sua boneca lhe traz certo incômodo e, a partir das suas ações com relação a ela, descobrimos sobre o passado de Leda, sua relação com suas filhas e outras questões mais fortes como quanto o machismo a imobilizou por muitas vezes.

O tema maternidade é uma bomba que espera para explodir durante todo o livro. A maternidade performada, colocada como a coisa mais linda e fácil do mundo é rapidamente deixada de lado.

E a autora "esfrega na cara" do leitor a maternidade real, com os julgamentos que recaem sobre a mulher, sobre o que é realmente possível esperar de cada pessoa, de cada mulher que decide (ou não decide) ser mãe, tentando dar o seu melhor e, por vezes, se perdendo.

Seus sonhos, seu emprego, sua família e, na maioria das vezes, a sanidade mental da mãe é tomada de assalto. Tudo isso para tentar corresponder às expectativas de uma sociedade que insiste em exigir de nós, mulheres e mães, algo impossível de entregar.

Karla, mas e o final? O final aberto causou estranheza a algumas pessoas, mas não pude deixar de me sentir em um filme de Almodóvar, um verdadeiro soco no estômago!

Livro super especial, forte e incômodo, que recomendo muito.

E você, já leu algo da autora? Tem vontade de ler?


#PRACEGOVER: Caricatura da Karla com
escrito "Matéria de Karla Samira"


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