16 de março de 2019

[Resenha] As Doze Tribos de Hattie

AS DOZE TRIBOS DE HATTIE
Autor (a): Ayana Mathis
Editora: Intrínseca
Ano: 2014
Páginas: 224
Classificação: 4/5


Sinopse: Em 1923, aos quinze anos, Hattie Shepherd deixa a Geórgia para se estabelecer na Filadélfia, na esperança de uma vida melhor. Mas se casa com um homem que só lhe traz desgosto e observa indefesa quando seu casal de gêmeos sucumbe a uma doença que poderia ter sido evitada com alguns níqueis. Hattie dá à luz outras nove crianças, que cria com coragem e fervor, mas sem a ternura pela qual todos anseiam. Em lugar disso, assume o compromisso de preparar os filhos para as calamitosas dificuldades que certamente enfrentarão e de ensiná-los a encarar um mundo que não os amará nem será gentil. Contadas em doze diferentes narrativas, essas vidas formam a história da coragem monumental de uma mãe e da trajetória de uma família.


Belo e inquietante, o primeiro romance de Ayana Mathis é assombroso do início ao fim — épico, angustiante, imprevisível, vibrante e cheio de vida. Uma história envolvente e cativante, um retrato marcante de uma luta tenaz diante de adversidades insuperáveis e uma celebração da resiliência do espírito humano. As doze tribos de Hattie é um romance de estreia de rara maturidade.





Bom dia, queridos leitores! Hoje venho contar o que achei da leitura desse livro cheio de altos e baixos, com muitos pontos de tristeza e outros repletos de reflexão.


Me interessei por ele ao vê-lo na lista de indicações de leituras de Oprah, em seu Clube do livro.


As 12 tribos de Hattie conta a história da personagem que lhe dá o nome. Hattie é uma mulher negra nos Estados Unidos no início e meados do século passado, o que traz para a história elementos extremamente reais do que o país passava naquela época.

"Alice agitou o dinheiro na cara de Eudine, e como ela não avançou para pegar, Alice jogou as cédulas em sua direção. Teria cuspido nela se tivesse pensado nisso."

Cada um de seus capítulos narra uma parte da vida da personagem, por óticas totalmente diferentes. São 12 fases da vida de Hattie que demonstram alegrias, tristezas, angústias e os mais diversos problemas pelos quais ela passa.

Demorei um pouco para conseguir pegar o ritmo do livro, principalmente porque o primeiro capítulo é simplesmente avassalador. Me compadeci de Hattie em vários momentos, mas nessa parte eu realmente sofri e chorei muito com ela.

Nos capítulos seguintes, como não houve a mesma emoção, achei que o livro continuaria "morno" até o final. Mas me surpreendi bastante quando a autora consegue trazer várias outras cenas extremamente interessantes e emocionantes.

Os capítulos são independentes, apesar de todos falarem sobre uma parte da vida de Hattie. Cada um fala sobre um trecho importante da vida dela, mas apenas os últimos capítulos me pareceram interligados.




A maioria dos capítulos trata de pontos pessoais da vida da personagem: problemas de relacionamento, traições, questões com os filhos e com o marido, dramas enfrentados por ela de maneira extremamente sofrida.

Tão sofrida que, em muitas partes deste livro eu me perguntei se Hattie não iria parar de sofrer em nenhum momento. O que mais me impressionou foi que, mesmo com todo drama, a personagem consegue sorrir, criar os filhos e ensinar lições sobre todas as situações por que passa.

"Aquilo me magoou mais do que consigo descrever com palavras, mas eu já estive em lugares mais escuros. Meus filhos morreram. Não existe lugar mais escuro que esse, a não ser talvez outra filha querendo se matar."
O racismo é um assunto enfrentado de frente no livro. Presente em vários pontos, é abordado de maneira direta e indireta. A autora narra com detalhes várias circunstâncias de falta de oportunidade, desprezo e humilhação direta com personagens negros.

Na época, negros tinham local próprio para andar, morar, transitar nas vias públicas, estabelecimentos para frequentarem, etc. Não podiam estar nos mesmos locais que pessoas brancas. Havia até mesmo uma praia própria para os negros!

"Conheci Sissy na praia do Osso de Frango. Os brancos deram esse nome porque diziam que nós jogávamos ossos de frango em qualquer lugar; é a única praia para negros em Atlantic City. Nós começamos a chamar assim também. Não é uma vergonha?"
Este é o primeiro livro da autora que eu leio e eu gostei bastante da escrita dela. Romance de estreia da autora, recomendo a quem goste de bons dramas, livros que retratam o racismo e a todos os que curtam um bom romance.

E você, já leu este livro ou teve vontade de inclui-lo em sua lista de leitura? O que achou dessa resenha? Conte-me nos comentários!





2 comentários:

  1. Muita vontade de incluir o livro na lista de leitura! Só fiquei em dúvida quanto às doze narrativas. A gente não se confunde? Se não, vou ler haha. Beijos.

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  2. Oi Karla, tudo bem?
    Este livro parece ser bem interessante e impactante... Acho que não ter uma narrativa "sequencial" e interligada dificultaria as coisas, mas ainda assim dá muita vontade de conhecer... A dor e o luto são temas com o qual eu não lido muito bem, então certamente me emocionaria muito.

    Beijos!

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