Gênero: Drama (com pitadas de comédia)
Ano: 2016
Elenco: Alex R. Hibbert, Trevante Rhodes, André Holland, Janelle Monáe, Ashton Sanders, Jharrel Jerome, Naomie Harris, Mahershala Ali
Com direção de Barry Jenkins, o filme nos conta a história de Chiron, um pequeno garoto com grandes problemas familiares, que não pode contar com ninguém em sua vida.
Chiron sofre bullying na escola e, certo dia, ao fugir de mais uma das ameaças de violência a que sempre era submetido, encontra em Juan (um traficante local), alguém que pode lhe proteger e oferecer amizade.
Tem uma experiência interessante de amizade com apenas um colega, Kevin, e, depois que esse também é obrigado a lhe virar as costas, chega ao seu limite emocional, tanto pelos ataques externos quanto pelos seus sentimentos.
Assim, tenta negar dentro de si mesmo o pouco que já se conhece e, através de uma fuga, onde pode ser uma outra pessoa, modifica totalmente seu corpo, sua aparência e busca, a todo custo, ter algum poder, o que o torna um homem totalmente fechado a qualquer sentimento e à aproximação de todas as pessoas.
Ocorre que, como não poderia deixar de ser, a fase adulta ainda lhe reserva algumas experiências com aquele passado que tentou esquecer.
Primeiramente através de sonhos, depois quando eles se concretizam, Chiron (que depois se torna Black), retorna à sua cidade e revive alguns momentos da infância e da adolescência, tanto com sua mãe quanto com Kevin.
Todas as dores (e a indiferença que tentou demonstrar em grande parte delas) o fizeram amadurecer, mas ainda lhe restavam questões com as quais ainda não conseguia lidar.
É um filme que, literalmente, "toca na ferida"! Através de um protagonista sempre muito silencioso, que demonstra seus sentimentos muito mais por atitudes, símbolos e imagens do que através de palavras, a obra traz grandes reflexões sobre o sentimento de um homossexual e sua repercussão em sua vida pessoal e afetiva.
Os olhares, a mudança de tom de voz, a trilha sonora e, acima de tudo, o silêncio vão proporcionar uma aproximação ainda maior do espectador com a complexidade emocional das relações vividas no filme.
Sem os estereótipos que normalmente marcam as características dos personagens, Moonligth desperta o que há de mais escondido na sociedade (e em cada um de nós) sobre preconceitos, dores, aceitação, perdão e direcionamento de vida.
E não é fácil tratar de temas tão polêmicos, com a seriedade que requerem, sem apelação. Prostituição, racismo, alcoolismo, negligência com menores, criminalidade e, sobretudo, a homossexualidade, são apresentados de forma firme, com uma profundidade que atinge ao espectador, mas sem traumas, com sutileza e muita realidade.
Além de melhor ator coadjuvante e melhor roteiro adaptado, Moonlight: Sob a Luz do Luar ganhou o Oscar de melhor filme, após um erro histórico em que, na cerimônia do Oscar, no momento do anúncio, o prêmio foi anunciado a outro filme para, só depois de alguns instantes, o equívoco ser corrigido e toda a equipe do filme poder comemorar a escolha.
Eu achei lindo o filme, que muitos disseram não merecer o Oscar. Vou deixar para você, leitor, comentar se concorda ou não com tal prêmio, mas com certeza, temos que reconhecer o grande talento com o qual a história foi desenvolvida.
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