16 de julho de 2025

Resenha: Precioso

 


Bora falar sobre livros (infantis)?

"Precioso", escrito por Fernando Zenshô e publicado pela Editora Pera Books, é uma verdadeira joia da literatura infantil contemporânea. Com uma edição lindíssima, repleta de ilustrações coloridas e encantadoras, a obra chama a atenção logo à primeira vista, despertando o interesse tanto das crianças quanto dos adultos.

Aqui, conhecemos uma menina super curiosa que, interessada em saber mais sobre o mundo - animal e humano - começa a perguntar aos bichinhos o que é mais importante na vida. E todos respondem que, na realidade, o mais importante é o grupo em que vivem.

Mais do que um livro bonito, Precioso conduz seus leitores a reflexões profundas sobre temas fundamentais da vida em sociedade, como a convivência, a amizade e os verdadeiros valores que devemos cultivar. 

De maneira delicada e acessível, o autor utiliza personagens animais para ilustrar situações cotidianas e sentimentos humanos, estabelecendo pontes entre o universo infantil e o mundo real.

A lição trazida no livro - a importância do todo, do grupo, da sociedade - é, para mim, fundamental para demonstrarmos às crianças algo que se contraponha à individualidade que nos assola e faz com que deixemos de enxergar as pessoas em nosso entorno.

Com uma sensibilidade que me encantou, o autor mostra como o mundo externo — cheio de desafios, relações e escolhas — se entrelaça com o mundo interno de cada indivíduo, formado por emoções, desejos e necessidades. Trata-se de uma obra que ultrapassa o mero entretenimento e pode ser uma ferramenta de educação socioemocional, essencial na formação das crianças.

Por isso, recomendo Precioso a pais e educadores e profissionais da infância, pela importância dos diálogos que podem se dar a partir dele.

E você, gostou da resenha? Ficou com vontade de ler? Leu algum livro infantil esse ano? Me conta aqui embaixo.




Resenha: Não Era Você Que Eu Esperava

 



Bora falar sobre livros (HQs)?

"Não Era Você Que Eu Esperava" é um quadrinho que nos traz uma história baseada em fatos reais.

De forma muito comovente, acompanhamos um casal grávido e, logo depois, o nascimento da segunda filha deles, com Síndrome de Down.

Como creio que acontece com todos os pais de crianças atípicas, eles não estavam preparados para a chegada de uma filha com necessidades especiais.

O susto inicial com o diagnóstico e a preocupação com o futuro da menina são retratados de maneira muito humana e, por vezes, dolorosa.

A insegurança do pai fica evidente, sobretudo nas comparações que faz entre as filhas, momentos esses essenciais para entender a complexidade da aceitação e da superação emocional que a história pretende transmitir.

Achei a obra muito forte, emocionalmente, sobretudo no início, onde algumas frases são preconceituosas, gerando, por vezes, raiva, em outros momentos, desconforto no leitor.

Porém, até pela minha proximidade e convivência diária com minha cunhada - que tem Síndrome de Down - compreendo também que se trata da crueza de um processo de adaptação, em que emoções conflitantes tendem a aparecer e, com o passar do tempo, elas dão lugar à aceitação, o que deixa as preocupações iniciais em segundo plano.

As ilustrações também dão o tom que a obra pede: momentos de dificuldade, amor e esperança são colocados em desenhos que expressam força, mas ao mesmo tempo, suavidade e doçura.

Entendo que o livro cumpre a proposta de apresentar as dificuldades, os preconceitos e os conflitos internos de forma honesta e real, sem floreios e, assim, recomendo muito a leitura.

E você, já leu ou tem vontade de ler esse livro? Já leu alguma HQ esse ano? Me conta aqui embaixo.


8 de julho de 2025

Resenha: Onde eu nasci passa um rio

 






Bora falar sobre livros?

Em "Onde eu nasci passa um rio", @luiznevescastro nos presenteia com uma narrativa envolvente, conduzida por uma escrita fluida e sensível.

Um dos maiores encantos do livro, para mim, foi a ambientação: viajar junto de Edinho pelas cidades do interior do Brasil foi um prazer à parte.

Ressalto a riqueza da descrição que o autor traz dos cenários, de forma que eu me senti caminhando ao lado do protagonista, atravessando as paisagens que misturam o real ao ficcional.

A busca do personagem principal por sua mãe é o fio condutor da trama, e é impressionante como me enchi de emoções conforme ocorria a jornada do personagem. 

Logo no início, desconfiei de um ponto crucial para o desfecho da história, depois recuei diante dos rumos que a narrativa tomou. E voltei a me surpreender no final, quando pude confirmar o que imaginava!

É evidente que o autor se propôs a recriar um clássico, o que pode parecer uma ingrata missão. Porém, é nítido que os caminhos escolhidos por ele foram cunhados com respeito e originalidade.

Fiquei impressionada porque, em pouco mais de 100 páginas, o livro conseguiu me provocar diversas sensações e isso é exatamente o que mais curto em uma leitura e, assim, recomendo!

Agradeço à @lcagcomunicacao pelo envio do exemplar e pela condução, com carinho, da leitura coletiva que rendeu uma rica discussão.

E aí, gostou da resenha? Ficou com vontade de ler? Me conta aqui embaixo.





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