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20 de novembro de 2020

[Resenha da Karla] Teoria King Kong

#PRACEGOVER: Capa do livro

Autora: Virginie Despentes
Editora: N-1 Edições
Ano: 2016
Páginas: 128
Minha classificação: 5/5

Sinopse: Este livro é um grito — de dor, de guerra, de liberdade. Em nome de todas as mulheres que não se enquadram, mas também de todos os seres que fogem de estereótipos, Virginie Despentes expõe sua intimidade: de punk a prostituta, de vítima de estupro a cineasta. Sua trajetória serve de disparo para estilhaçar a ditadura da imagem e os preconceitos a ela vinculados. Não à toa, o livro foi um fenômeno na França; ele é, afinal, um manifesto poderoso, ácido e provocante para um novo feminismo. Para Paul B. Preciado, em seu Testojunkie, “V.D. é um ser absolutamente perfeito […]. Convém destacar que existem muitos tipos diferentes de perfeição na pornografia e no feminismo, e que v.d. possui todos esses tipos reunidos e que cada um deles lhe pertence em seu grau máximo”.


Olá, leitores!

Conheci esse livro através do Projeto Ciranda Literária 2020, organizado pelo Pacote Literário, em que o tema desse ano foi novamente o Feminismo.

Realizei a leitura e hoje venho contar para vocês as minhas impressões.

Primeiramente, quero reforçar que, como sabem, estou bem acostumada a ler temas feministas. Mas esse não é um livro introdutório do assunto.

Me senti quase como a terapeuta da autora, ouvindo seus desabafos e também seus gritos de dor e de socorro!

E uma das partes que pede socorro é, sim, o movimento feminista como ele se encontra hoje. São muitas as críticas, algumas bem pertinentes e, como podem perceber, é um livro bastante extremista. Mas traz tantos argumentos, que eu não pude fazer nada a não ser concordar com a maior parte dos pontos abordados.

A autora traz muitos pontos de vista sobre os quais eu nunca havia pensado, a respeito de casamento e maternidade e, claro, ressalta os motivos pelos quais tais caminhos devem ser uma escolha (e não uma imposição) na vida de uma mulher.

#PRACEGOVER: Karla com expressão séria segura o livro próximo ao rosto



A crítica à ditadura da beleza dos corpos femininos também ganha força e ela me fez questionar muita coisa do que acredito ser "a minha vontade", comparando com o mar de obrigações que teoricamente, a mulher tem que cumprir para ser aceita.

Mas, sem dúvida alguma, a parte do livro que mexeu mais comigo foi a explicação da autora sobre o estupro em um contexto político-social. Fiquei arrepiada em como seu raciocínio traz, de fato, verdades complicadas sobre as quais nunca parei para refletir.

Por fim, a análise sobre prostituição e pornografia também me fez refletir bastante, pois, se de um lado temos uma crítica social constante às prostitutas (sempre mulheres), de outro lado temos um consumo exorbitante de pornografia (na maioria das vezes, por homens). Essa conta não fecha!

A escrita de Virginie é fluida e autobiográfica, partindo sempre de situações que ela viveu ou observou para chegar a conclusões extremamente importantes e inovadoras dentro da temática feminista.

Edição muito bonita e diferente da Editora N-1 Edições, a qual eu não conhecia e curti bastante. Revisão impecável!

Esse livro é um grito que recomendo a todos os leitores, mas já aviso que pode chocar os iniciantes.

E vocês, me indicam algum livro de temática feminista?

#PRACEGOVER: A capa do livro tem fundo rosa choque, com formas que parecem rachaduras em pedras, nome da autora e título.




#PRACEGOVER: Caricatura da Karla com
escrito "Matéria de Karla Samira"


4 de maio de 2020

[Resenha] Os homens explicam tudo para mim

#PRACEGOVER: Capa do livro
OS HOMENS EXPLICAM TUDO PARA MIM
Autor (a): Rebecca Solnit
Editora: Cultrix
Ano: 2017
Páginas: 208
Classificação: 5/5
Sinopse: Em seu ensaio icônico Os homens explicam tudo para mim, Rebecca Solnit foca seu olhar inquisitivo no tema dos direitos da mulher começando por nos contar um episódio cômico: um homem passou uma festa inteira falando de um livro que “ela deveria ler”, sem lhe dar chance de dizer que, na verdade, ela era a autora. A partir dessa situação, Rebecca vai debater o termo mansplaining, o fenômeno machista de homens assumirem que, independente do assunto, eles possuem mais conhecimento sobre o tema do que as mulheres, insistindo na explicação, quando muitas vezes a mulher tem mais domínio do que o próprio homem.

Por meio dos seus melhores textos feministas, ensaios irônicos, indignados, poéticos e irrequietos, as diferentes manifestações de violência contra a mulher, que vão desde silenciamento à agressão física, violência e morte. Os homens explicam tudo para mim é uma exploração corajosa e incisiva de problemas que uma cultura patriarcal não reconhece, necessariamente, como problemas. Com graça e energia, e numa prosa belíssima e provocativa, Rebecca Solnit demonstra que é tanto uma figura fundamental do movimento feminista atual como uma pensadora radical e generosa.


Olá, leitores do Pacote Literário!

Hoje a resenha é do livro Os homens explicam tudo para mim, escrito por Rebecca Solnit e publicado pela Editora Cultrix, selo do Grupo Editorial Pensamento.

Escolhido para a nossa Ciranda Literária 2020, realizei a leitura dele no mês de fevereiro e hoje venho lhes contar minhas impressões.

Conforme descrito na sinopse, a melhor parte do livro é a que a autora precisa repetir mais de três vezes a um sujeito, em um evento, que o livro sobre o qual ele discursava (e que era o livro mais vendido no país, à época), era de sua autoria.

Observo que essa situação é extremamente comum nas vidas de todas as mulheres, tendo em vista que os homens da nossa sociedade, em regra, não se dão conta de que uma mulher também é capaz de alcançar o sucesso em qualquer área profissional.

Além disso, eles não nos escutam (literalmente!). E essa dificuldade em escutar as mulheres, muitas vezes, gera a discriminação, de forma a sermos deixadas sempre de lado em todos os setores, seja ele pessoal, profissional, político ou social.

O livro também traz trechos de Virgínia Wolf, escritora considerada “louca” à época em que foram publicados. Atualmente, uma nova visão proposta por Rebecca nos explica, passo a passo, como a escrita de Virgínia é importante para nossa sociedade atual.

Outro ponto de que gostei bastante é que esse livro da autora é recheado de estatísticas que embasam cientificamente o que ela escreve, ou seja, fica impossível contestar seus dados apenas com “achismo”, ou seja, com machismo ou preconceito.

O livro aborda temas como política, feminismo, direitos humanos, ou seja, invariavelmente nos faz refletir sobre a origem do movimento feminista (e nos convida a “voltar aos trilhos” do seu surgimento).

#PRACEGOVER: Fundo de folhas verdes. Paleta e pincel de sombra, marcador com inscrição "Mesmo SoFrida, jamais me
Kahlo" marcador do Pacote Literário e o livro.


A autora é bem técnica e usa linguagem típica de estudo científico, mas não traz dificuldades de leitura em seus termos e expressões. Tem uma escrita fluida e inteligente, me agradou muito. 

Edição muito bem feita pela Editora Cultrix, com páginas amareladas e fonte confortável à leitura. Capa bem provocativa e interessante, que me chamou muito a atenção.

A meu ver, é um livro que precisa ser lido por todas as pessoas, principalmente pelo movimento feminista atual, pois ele volta à raiz do problema e aprofunda nas mudanças necessárias para se conseguir uma sociedade com mais igualdade entre os gêneros.

E vocês, já leram este ou outro livro dessa temática? Contem nos comentários!

#PRACEGOVER: A capa do livro traz no fundo a foto de um homem com uma fita em formato de “X” na boca. À esquerda, o título e abaixo, centralizado, o nome da autora.



#PRACEGOVER: Caricatura de Karla
e inscrição "Matéria de Karla Samira"

28 de fevereiro de 2020

[Resenha] Objeto sexual

#PRACEGOVER: CAPA DO LIVRO
 OBJETO SEXUAL
Autor (a): Jessica Valenti
Editora: Cultrix
Ano: 2018
Páginas: 230
Classificação: 
4/5


Sinopse: Nesta sincera autobiografia, Jessica Valenti, uma das feministas mais proeminentes da atualidade, explora o preço que o machismo cobra na vida das mulheres. Dos assédios em transportes públicos e o medo do sucesso ao despertar sexual e a maternidade, "Objeto Sexual" revela os momentos dolorosos, constrangedores, e às vezes “fora da lei”, que moldaram o período da adolescência e de jovem adulta de Valenti na cidade de Nova York. Visceral e emocionante, "Objeto Sexual", não apenas conta as histórias vividas pela autora, mas reproduz as que se repetem todos os dias, na vida de milhões de mulheres objetificadas ao redor do mundo.


Olá leitores do Pacote Literário!


Hoje venho falar com vocês sobre esse livro que se encontrava em minha lista de desejados, praticamente desde seu lançamento.

Em virtude do Projeto Ciranda Literária 2020, o mês de janeiro foi o meu prazo para realizar essa leitura.


#PRACEGOVER: Fundo de natureza, potinho vermelho e o livro em uma
bancada de madeira.

O livro trata, basicamente, de uma biografia da autora, onde ela nos fala um pouquinho de sua vida desde a infância. Para contar no livro, Jessica escolheu as cenas de sua vida permeadas pelo machismo, ou seja, algumas das situações que ela enfrentou apenas pelo fato de ser menina/mulher.

Desde muito cedo, a autora aprendeu a enfrentar homens que lhe a olhavam com caras estranhas e lhe diziam palavras de cunho sexual.

Ainda muito jovem, se deparou com uma situação extremamente absurda, nojenta e constrangedora: um homem havia ejaculado em suas costas dentro do metrô!

E assim foram outros diversos acontecimentos em sua vida em que foi assediada, humilhada, desencorajada e desacreditada de seguir seus sonhos!

A autora nos conta, ainda, que muitas situações ela não tinha coragem de repassar a sua mãe, tendo em vista a evitar o sofrimento dela, pois elas eram de uma família que replicavam a violência a cada geração.


#PRACEGOVER: Fundo de natureza e uma piscina, na frente o livro.

A parte da história que Jessica nos conta da coragem que lhe foi necessária para enfrentar diversas complicações na época em que sua filha nasceu. E, posteriormente, ainda foi obrigada a lidar com mensagens vexatórias (e até mesmo ameaças à sua filha) pelo fato de ser palestrante sobre o Feminismo! É impressionante o que as pessoas são capazes de fazer e falar por trás de uma tela de computador!

Relacionamentos abusivos, uso exagerado de drogas, problemas com o próprio corpo, escolhas extremamente complicadas (e baseadas no medo e na insegurança) também fizeram parte dessa história de dor e resistência narrada por Jessica.

Trata-se de uma leitura extremamente dura, difícil de se fazer, tendo em vista se tratar de circunstâncias e situações tão graves em que a autora se envolveu. O pior é sentir que tudo isso se deu apenas pelo fato de ela ser mulher, que ao mesmo tempo, deveria ser algo tão natural.

Por achar a escrita densa, não consegui realizar rapidamente a leitura, mas estou certa de que absorvi todo o seu conteúdo.


#PRACEGOVER: Fundo de madeira, roda de madeira e um vaso de planta.
No centro, o livro apoiado.

Quando paramos para pensar, percebemos que não apenas a autora foi tratada dessa maneira durante a vida. Infelizmente, essa é uma trajetória comum a inúmeras mulheres. As situações pelas quais Jessica passou e outras semelhantes são corriqueiras nas vidas de todas nós, tendo em vista o machismo que ainda prevalece em nossa sociedade.


Penso ser uma leitura muito necessária para os dias de hoje e recomendo a todas as pessoas sem distinção, mas principalmente a quem se interessa em saber um pouco mais sobre o Feminismo.


#PRACEGOVER: Uma namoradeira de pele escura e cabelos claros ao lado do
livro sobre uma bancada de madeira.

E você, já leu esse livro ou outros dentro dessa temática? O que achou? Deixe seu comentário!

#PRACEGOVER: A capa do livro tem fundo alaranjado e traz, um tom mais escuro, a silhueta de um rosto vazio (sem olhos, nariz e boca) de mulher. No quadrante superior esquerdo, o nome da autora e no quadrante inferior direito, o nome do livro, ambos em um tom azul marinho/roxo.


PRACEGOVER: Minha caricatura com o texto:
"Matéria de Karla Samira"

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