29 de janeiro de 2020

[Resenha] Passarinha

#PRACEGOVER: CAPA DO LIVRO
PASSARINHA
Autor (a): Kathryn Erskine
Editora: Valentina
Ano: 2013
Páginas: 224
Classificação: 5/5


Sinopse: No mundo de Caitlin, tudo é preto e branco. Qualquer coisa entre um e outro dá uma baita sensação de recreio no estômago e a obriga a fazer bicho de pelúcia. É isso que seu irmão, Devon, sempre tentou explicar às pessoas. Mas agora, depois do dia em que a vida desmoronou, seu pai, devastado, chora muito sem saber ao certo como lidar com isso. Ela quer ajudar o pai - a si mesma e todos a sua volta -, mas, sendo uma menina de dez anos de idade, autista, portadora da Síndrome de Asperger, ela não sabe como captar o sentido.
Caitlin, que não gosta de olhar para a pessoa nem que invadam seu espaço pessoal, se volta, então, para os livros e dicionários, que considera fáceis por estarem repletos de fatos, preto no branco. Após ler a definição da palavra desfecho, tem certeza de que é exatamente disso que ela e seu pai precisam. E Caitlin está determinada a consegui-lo. Seguindo o conselho do irmão, ela decide trabalhar nisso, o que a leva a descobrir que nem tudo é realmente preto e branco, afinal, o mundo é cheio de cores, confuso mas belo.
Um livro sobre compreender uns aos outros, repleto de empatia, com um desfecho comovente e encantador que levará o leitor às lágrimas e dará aos jovens um precioso vislumbre do mundo todo especial dessa menina extraordinária.


Olá leitores do Pacote Literário!



Hoje venho lhes contar sobre Passarinha, um livro que está em minha lista de leitura há muito tempo. Ganhei de aniversário em novembro de uma amiga muito querida e, no mês seguinte já comecei a ler.



O livro vem nos contar a história de Caitlin, uma menina de 11 anos com Síndrome de Asperger. Depois de perder sua mãe, transfere toda a necessidade de proteção a seu irmão Devon. Ele é quem a protege, ajuda e literalmente explica como ela deve agir em cada situação.


É importante ressaltar que essa síndrome faz com que a pessoa possa se tornar aparentemente antissocial, tendo em vista que dificilmente ela entende as normas sociais com a mesma nitidez de uma pessoa que não tem a síndrome.

Algumas coisas também incomodam profundamente à pessoa com Síndrome de Asperger, tais como barulho muito alto, situações em que tem que lidar com emoções e, muitas vezes o toque das pessoas de maneira a “invadir o seu espaço pessoal”.

#PRACEGOVER: FUNDO COM PÁGINAS DE LIVROS ANTIGOS,
SOBRE ELAS PREGOS, MARTELO, COLA E ALICATE. À DIREITA,
A CAPA DO LIVRO QUE TRAZ UMA MENINA DEITADA EM UM NINHO


Caitlin apresenta todos esses sintomas e sofre bastante quando não consegue atender às expectativas que as outras pessoas têm sobre o seu comportamento.

"O bom é que não posso falar com a boca cheia porque é falta de educação por isso se eu ficar de boca cheia posso continuar no meu próprio mundo de Caitlin."

Ela gosta de tudo às claras, sem meias palavras. Por isso, prefere o preto e branco dos desenhos e as definições concretas que encontra no dicionário. Ali não há espaço para interpretações diversas ou mal entendidos, então Caitlin se sente bem.

Uma tragédia ocorre, de forma que o pai se refere a ela como “O dia em que a vida desmoronou” e é assim que Caitlin passa a se referir ao momento sofrido e complicado que vivem.

Como é o livro narrado em primeira pessoa, acompanhamos muito de perto todas as dúvidas, problemas e o sofrimento da personagem, todas as tentativas no sentido de se tornar mais sociável e aceitável.

Ocorre que na vida real e cotidiana, é difícil que alguém consiga se comportar 100% dentro do padrão dos dicionários (e da sociedade) e Caitlin terá que desenvolver sua percepção e o seu comportamento para se adequar ao mundo onde vive.

Esse dilema é vivido por Caitlin, mas também por todos nós! Afinal, o que a sociedade espera de cada um de nós? Será que superamos a expectativa que o outro tem de nós e conseguimos nos comunicar com perfeição, seja nos gestos, nos comportamentos ou nas palavras?

#PRACEGOVER: FUNDO COM PÁGINAS DE LIVROS ANTIGOS. À
ESQUERDA, A CAPA DO LIVRO QUE TRAZ UMA MENINA DEITADA
EM UM NINHO E UM MARTELO. À DIREITA, PREGOS E ALICATE.

Essas foram as reflexões que esse livro me trouxe, sobretudo em questão de empatia, na compreensão do universo do outro. É claro que a condição da síndrome dificulta tais atitudes, mas quem não tem a síndrome também precisa ser mais assertivo e desenvolver a empatia diariamente para se comunicar (e viver) melhor.

"Ela me diz para tentar adivinhar o que as pessoas estão sentindo mas esse é o tipo de jogo burro porque como é que eu vou saber o que se passa pela cabeça delas?"

Além de se aprofundar em tudo isso que comentei acima, a autora é brilhante em tratar de outros assuntos muito importantes: o bullying e a dificuldade em lidar com o luto. Mas não posso dar detalhes para não estragar sua leitura.

A escrita da autora é muito fluida. Sensível em cada página, me peguei em vários momentos da leitura com lágrimas de sofrimento e de emoção. Torci pela personagem até o fim!

Agora farei um parágrafo apenas para elogiar a lindíssima capa desse livro! Ela não tem apenas o nome do livro de maneira brilhante no topo, mas uma ilustração que desenha exatamente a história que o livro vem contar. Uma das capas mais belas que conheço e não poderia ser mais transparente e condizente com o que encontraremos em suas páginas!

Parabéns à Editora Valentina edição perfeita!

Recomendo a todas as pessoas, sem restrições!

E você, já leu este livro ou outros que abordem tais questões? O que achou? Conte-nos nos comentários!

#PRACEGOVER: A capa do livro traz uma menina deitada em um ninho. O nome do livro na parte superior central e o nome da autora na parte inferior central.




2 comentários:

  1. Que livro lindo, tô emocionada e nem o li ainda. Confesso que evitei ele antes, mas porque não conhecia essa história maravilhosa. Amo livros dramáticos e espero ansiosa ler esse livro. Sua resenha conseguiu exprimir a mensagem que o livro carrega.
    Jardim de Palavras

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  2. Oi Karlinha, que coincidência, também ganhei esse livro de presente! Minha mãe, para variar, leu antes de mim, rsrs. Ela amou a história, e me deixou curiosa. Como lerei no nosso desafio dos 12 livros para 2020, espero gostar da leitura também. =)
    Bjks!

    Mundinho da Hanna
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