29 de setembro de 2025

Resenha: O pijama de Nina

 


Bora falar sobre livros?

Recebi "O pijama de Nina", da @multi.leitura de autoria de @geovana.csantos publicado pela @literissimaeditora e hoje trago para vocês as minhas impressões.

Aqui conhecemos Nina, uma menina pré-adolescente que está vivendo o período de transição entre a infância e a maturidade.

Durante as festas de fim de ano em sua casa, com familiares reunidos para comemorar o Natal, ela mergulha em reflexões profundas sobre si mesma, sobre o seu lugar no mundo, sobre os seus próprios sentimentos.

Ela ganha de presente um pijama do seu tio, que é muito observador e que costuma dar presentes bem mais pessoais. Então, ela pergunta para ele a respeito do presente. E é muito interessante a conversa que eles têm a partir disso.

Está também presente no livro o incômodo da Nina com as comparações entre ela, o seu primo Raul e também com sua irmã e com outras pessoas quando tinham a mesma idade.

Nina é cobrada sobre sua falta de organização, seu destempero em algumas situações e achei interessante porque, na vida real, são cobranças que não deixam de ocorrer ao longo de toda a trajetória humana.

Eu achei um livro extremamente sensível e perfeito para pré-adolescentes que estão iniciando a jornada de construção da própria identidade.

É um momento muito delicado para identificar e se permitir viver as emoções que fluem a todo momento, e eu entendo que esse tipo de leitura pode auxiliar, por trazer o exemplo de Nina.

O livro tem uma escrita mais poética, contemplativa e introspectiva, mas para mim, a leitura fluiu normalmente.

Para fechar com chave de ouro, as ilustrações da @marianatavaresart dão um tom de emoção e trazem, de uma forma muito significativa, as memórias evocadas por Nina.

Assim, super recomendo!

E você, curtiu a resenha? Ficou com vontade de ler? Indica outros livros para pré-adolescentes? Me conta aqui embaixo.

13 de setembro de 2025

Resenha: Vento endiabrado

 


Bora falar sobre livros?

Hoje trago a resenha de "Vento Endiabrado", publicado pela @minotauro_editora , de autoria de @reginahelenapaivaramos lido para a leitura coletiva promovida com carinho pela @lcagcomunicacao

A história se passa na fictícia Jacurici, ao longo de quarenta anos, com as transformações daquela comunidade.

Conhecemos Veridiana, escultora renomada, e Venâncio, rapaz simples que se torna seu amante. A relação é complexa, cada um com seu interesse, e bastante real.

A trama se desenvolve com diversos outros personagens, tais como Carolina, que vive seus desejos; Tereza, mãe solo corajosa; o médico Dr. Zé Luiz; Dona Quicas, a fofoqueira da cidade; e diversos outros que, somados a turistas que passam pelo local, fazem o dia-a-dia da cidade.

A leitura, embora envolvente, pode ser dificultada pela linguagem pois, ao mesmo tempo em que a oralidade caiçara traz autenticidade, pode comprometer a fluência. Penso que isso não retira o mérito literário, mas exige maior atenção.

O livro me lembra a vida em cidades pequenas interioranas do Brasil, com as conversas e suas fofocas, o que reforça o caráter humano da história de vida de cada um.

Os personagens mais velhos são especialmente bem construídos, cheios de vida, sabedoria e singularidades, ocupando pouco a pouco seu espaço na trama.

E, como ressaltaria qualquer mineira encantada pelo mar, a praia é um elemento que dá frescor e beleza à narrativa, funcionando como refúgio e testemunha dos encontros - e desencontros - humanos.

Vento Endiabrado é sobre memória, pertencimento e identidade, e nos mostra como o tempo é capaz de transformar lugares e pessoas.

Apesar da dificuldade inicial que eu tive com a linguagem, a leitura foi recompensadora, pelos personagens reais, pelos conflitos que geram identificação e, sobretudo, por trazer reflexões profundas sobre escolhas de vida.

E aí, curtiu a resenha? Ficou com vontade de ler? Me conta aqui embaixo.

3 de setembro de 2025

Resenha: A voz do tempo

 





Bora falar sobre livros?

Hoje trago a resenha de "A voz do tempo" , publicado pela @editora_autografia , de autoria de @lenahoswaldocruz lido para a leitura coletiva promovida com carinho pela @lcagcomunicacao 

Nesse livro, a autora retrata a própria história, cujo contexto familiar é fascinante, porém muito doloroso.

O livro se inicia com o universo de sua mãe Dora, uma mulher totalmente à frente de seu tempo; e de seu pai Luiz, um religioso que largou a batina em nome do amor, o que deixa o leitor muito envolto nos dramas pessoais e familiares de cada personagem.

Luiz largou a carreira religiosa sobre a qual, até aquele momento, tinha muita certeza, para viver um tipo de amor diferente. A constituição de uma família é de extrema responsabilidade e ele não suportou seguir dessa forma.

Por outro lado, Dora não atinge as próprias expectativas de vida "apenas" com a família e busca conhecimento, trabalho, um novo amor e, o que exige a divisão dos cuidados com os filhos, da qual Luiz jamais deu conta.

A relação familiar com Luiz é um ponto que mexeu profundamente comigo e, em alguns momentos, minha vontade foi de confrontá-lo por sua dureza. Em outros, de acolher seus filhos - as crianças que tanto sofreram com suas escolhas.

E, após a conversa com a autora, pude compreender que ela também tomou esse caminho, de abraçar sua própria criança interior, ao colocar essa história no papel e enviá-la para o mundo.

Após o sepultamento de Luiz, Lenah tem acesso a cartas por ele deixadas e, embora tais registros não tenham a mesma fluidez do núcleo narrativo de Lenah,  dão acesso ao leitor a memórias e às raízes dos conflitos que atravessam a família.

Entendo que a única explicação possível para as atitudes de Luiz é sua completa inabilidade de lidar com a própria decisão de abandonar o seminário e assumir uma vida conjugal e familiar para a qual não estava preparado. Nesse conflito interno, Luiz envolve e faz sofrer a todos os que estão à sua volta.

A autora me prendeu desde as primeiras páginas, com uma narrativa de forte intensidade emocional, que traz reflexão sobre escolhas, renúncias e consequências na vida, então, super recomendo.

E você, curte livros com essa pegada? Gostou da resenha? Me conta aqui embaixo.





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