28 de fevereiro de 2019

DESAFIO: 12 livros, 12 países, 12 receitas


Olá, leitores queridos!

O post de hoje é o primeiro de mais um desafio delicioso do qual o Pacote Literário decidiu participar, juntamente com o Blog Mãe Literatura e a amiga Claudia Vasconcelos!

Pretendo alinhar com o Desafio volta ao mundo, pois nesse também a ideia é inovar as leituras com autores de 12 nacionalidades diferentes.

Só que, além disso, devemos fazer uma receita do país onde o autor nasceu!

No mês de fevereiro, o livro escolhido foi de um autor da Índia.



O LIVRO:




A REVOLUÇÃO DOS BICHOS
Autor (a): George Orwell
Editora: Companhia das Letras
Ano: 2007 (dessa edição)
Páginas: 152
Classificação: 4,5/5


Sinopse: Verdadeiro clássico moderno, concebido por um dos mais influentes escritores do século 20, 'A Revolução dos Bichos' é uma fábula sobre o poder. Narra a insurreição dos animais de uma granja contra seus donos. Progressivamente, porém, a revolução degenera numa tirania ainda mais opressiva que a dos humanos. Escrita em plena Segunda Guerra Mundial e publicada em 1945 depois de ter sido rejeitada por várias editoras, essa pequena narrativa causou desconforto ao satirizar ferozmente a ditadura stalinista numa época em que os soviéticos ainda eram aliados do Ocidente na luta contra o eixo nazifascista.

De fato, são claras as referências: o despótico Napoleão seria Stalin, o banido Bola-de-Neve seria Trotsky, e os eventos políticos - expurgos, instituição de um estado policial, deturpação tendenciosa da História - mimetizam os que estavam em curso na União Soviética. Com o acirramento da Guerra Fria, a obra passou a ser amplamente usada pelo Ocidente nas décadas seguintes como arma ideológica contra o comunismo. O próprio Orwell repetiria o mesmo gesto anos mais tarde com seu outro romance 1984, finalizado-o às pressas à beira da morte para que o mesmo service de alerta ao ocidente sobre o horrores do totalitarismo comunista.

É irônico que o escritor, para fazer esse retrato cruel da humanidade, tenha recorrido aos animais como personagens. De certo modo, a inteligência política que humaniza seus bichos é a mesma que animaliza os homens. Escrito com perfeito domínio da narrativa, atenção às minúcias e extraordinária capacidade de criação de personagens e situações, A revolução dos bichos combina de maneira feliz duas ricas tradições literárias: a das fábulas morais, que remontam a Esopo, e a da sátira política, que teve talvez em Jonathan Swift seu representante máximo.


Resenha

O livro nos conta a história da Granja Solar, uma Fazenda onde os animais se revoltam por acreditarem que trabalham demais e são reprimidos, recebem baixas recompensas, pouca quantidade de comida e que são explorados.

Assim, os bichos se reúnem e programam uma verdadeira revolução.

Definem um grito de guerra, um hino para entoarem sobre os bichos da Inglaterra e planejam a tomada da Fazenda pelos animais.

O modo como tudo acontece é muito interessante e relembra as fábulas infantis. Mas na verdade, estamos diante de um gigante da escrita que leva o leitor a caminhos simples (no modo que os animais têm de fazer suas exigências e atividades), mas conduz a reflexões profundas (comportamento de massa, livre convencimento, etc).

A personalidade de cada animal também é muito bem definida, de forma que, a cada atitude, demonstram medo, folga, suspeição, traição, alegria, dentro de jogos de poder fortemente propostos pelo autor.

Algumas partes do livro me deram aperto no estômago, pois pude ver como os animais se parecem com os humanos no que tange à briga pelo poder.

Conforme consta na sinopse do livro, "De certo modo, a inteligência política que humaniza seus bichos é a mesma que animaliza os homens." Ou seja, a semelhança entre os humanos e os animais impressiona.

O livro é uma alusão à Segunda Guerra Mundial, traz uma sátira à ditadura stalinista e trouxe imenso desconforto na época em que foi lançado.

A história é extremamente chocante e, a meu ver, é uma leitura muito necessária para que se possa aproveitar as críticas aos sistemas políticos e sociais que temos atualmente mas, sobretudo, para provocar a autocrítica sobre "o poder pelo poder".

Indico a quem goste de História e de livros de crítica ao sistema em que vivemos.


A RECEITA:

A receita escolhida para esse mês foi o Chapati, um pão indiano muito consumido na Índia.

Peguei a receita aqui no canal Gastronomismo.


A receita é super simples de fazer. Fiz exatamente como ela menciona no vídeo e deu super certo. O pão fica gostosinho e eu aproveitei para saborear com ele geleia artesanal de manga com pimentas amareles e caponata de berinjela, uma delícia!


Para ver as escolhas de país, receita e livro da Clauo, é só entrar no blog Mãe Literatura, cujo link está acima!

Cláudia Vasconcelos, a Cau, escolheu Inglaterra, o livro foi Vozes no Verão e o prato foi scones, uma espécie de bolinho tipicamente inglês que acompanha o chá das 5!


Comentários da Cau: "Segundo mês do desafio #12livros12paises12receitas, Para fevereiro, escolhi Inglaterra. A autora do mês foi Rosamunde Pilcher (já li vários livros dela). O livro escolhido foi Vozes no Verão. A história se passa na Cornualha, lugar de nascimento da autora, e fala de uma mulher recém-casada, insegura, que vai passar um tempo na casa dos parentes do marido para se recuperar de uma cirurgia e é atormentada por uma carta anônima acusando-a de adultério. Leve, bom pra passar o tempo, como sempre são os livros dela.

Escolhi preparar Scones, típicos bolinhos presentes nos chás na Inglaterra. Ficaram uma delícia!! Super fáceis e rápidos de fazer. E ficam ainda melhores acompanhados de geleia e um bom chá inglês. Aprovadíssimos!"

E aí? Você já leu os livros mencionados ou já fez alguma dessas receitas? Ficou com água na boca? Me conte nos comentários!

Até o próximo mês!!!











22 de fevereiro de 2019

[Resenha] George

GEORGE
Autor (a): Alex Gino
Editora: Galera Júnior
Ano: 2016
Páginas: 144
Classificação: 5/5

Sinopse: 
Seja quem você é. Quando as pessoas olham para George, acham que veem um menino. Mas ela sabe que não é um menino. Sabe que é menina. George acha que terá que guardar esse segredo para sempre: ser uma menina presa em um corpo de menino. Até que sua professora anuncia que a turma irá encenar “A teia de Charlotte”, e George quer muito ser Charlotte, a aranha e protagonista da peça. Mas a professora diz que ela nem pode tentar o papel porque... é um menino. Com a ajuda de Kelly, sua melhor amiga, George elabora um plano. E depois que executá-lo todos saberão que ela pode ser Charlotte — e entenderão quem ela é de verdade também.




Olá, leitores! Hoje venho contar para vocês as minhas impressões sobre esse livrinho tão pequeno e tão cheio de conteúdo!

Me interessei por essa leitura ao ler uma resenha e coloca-lo em minha lista. Ao vê-lo disponível para troca no Skoob, não hesitei e acertei: adorei ter lido!

O livro nos conta a história de George, que na realidade é uma garota que nasceu no corpo de um garoto. Singela e delicada, ela enfrenta diversos problemas, mas o que mais me tocou foram os conflitos internos com a própria vida e o próprio corpo.

"Colocou também uma pilha de roupas por cima de tudo, só por garantia. Em seguida, fechou a porta e caiu de cara na cama, com as mãos cruzadas em cima da cabeça, os cotovelos pressionando as orelhas. Ela desejava poder ser outra pessoa - qualquer pessoa."

Me pareceu ser extremamente difícil viver dentro de um corpo com o qual não se identifica. Deve ser dolorido deixar sempre as próprias vontades e os anseios de lado por não se sentir merecedor de direitos, tendo em vista que ninguém leva a sério, a princípio, seu desejo de ser uma garota.

O personagem é muito jovem, tem aproximadamente 10 anos e enfrenta o peso de uma sociedade que lhe quer colocar dentro de padrões que passam longe do que ele realmente pensa e sente.

George sente medo de contar para sua mãe sua realidade, bem como receia sobre a forma como as pessoas irão reagir quando souberem que, na realidade, se sente como uma menina.


O personagem adia ao máximo esse momento, enquanto se esconde na solidão de seu quarto para ter contato com o itens do cotidiano feminino ou apenas para chorar pelo sofrimento de não poder ser quem realmente é.

"- Claro que é. Tem uma história toda de garotos fazendo papel de garotas no teatro. Você sabia que todos os personagens nas peças de Shakespeare eram feitos por homens? Até os papéis femininos. Mesmo se eles tivessem que se beijar! Dá pra acreditar nisso?" 

São muitos os detalhes de como tudo funciona na vida de uma pessoa que não se identifica com o gênero em que nasceu, mas com certeza, a aceitação de si mesmo também passa pela aceitação pela sociedade, como em qualquer outra questão que não envolva gênero nem sexualidade.


Um dos pontos altos do livro é sua amizade com Kelly, menina super evoluída e amorosa que serve de suporte para George, com uma amizade verdadeira que colore suas vidas!

Esse livro me colocou um sorriso no rosto, pela forma leve que tratou o assunto, a abordagem totalmente nova em comparação a tudo o que já li.

"- Bom, não se pode controlar que seus filhos são, mas podemos apoiá-los, não é mesmo?"
A única crítica que poderia existir é que o livro é superficial. Porém para um livro com tão poucas páginas e com uma abordagem infantil, não teria condições de o autor aprofundar mais.

A leitura é super fluida e rápida, a escrita do autor é de fácil leitura, com muitos diálogos e, por se tratar de um personagem principal criança, a história é de fácil entendimento.

Alex Gino teve imensa sensibilidade em abordar um assunto tão complexo e polêmico com suavidade poucas vezes vista.

Indico a quem curte livros sobre esse tema, a educadores que tenham alunos dessa idade e a todas as pessoas que queiram uma história sensível e próxima da realidade.

Penso que a leitura desse tipo de livro e a reflexão que nos traz é muito importante para mudarmos nossos pensamentos, vencermos o preconceito e melhorar nossa sociedade.

E você, já leu este livro ou outros do mesmo tema? O que achou? Conte-nos nos comentários!



19 de fevereiro de 2019

Indicação: 5 livros para chorar




Olá, leitores queridos!

Hoje venho indicar 5 livros para os que gostam de leituras difíceis, pesadas, emocionantes ou que, por algum outro motivo, me deixaram com lágrimas nos olhos.

Vale lembrar que foram lidos em épocas diferentes da minha vida, mas as impressões ficaram, de forma que tentarei repassa-las a vocês.



Marley e eu


Li há muitos anos sem a menor noção do que aconteceria no final. Me lembro bem de estar em um sítio onde passaria a noite de reveillon, era dia 31 à tardinha e de repente desabei a chorar. Por algum tempo, as pessoas à minha volta não entendiam o que havia acontecido e eu não conseguia explicar.



O melhor de mim

Embora não tenha me causado soluços de choro como o livro anterior, fiquei muito abalada nas últimas páginas dessa história. E, ao entender o que o autor propõe ao final, a crueldade do destino me deprimiu e me encantou ao mesmo tempo. Assim, as lágrimas foram inevitáveis.




Extraordinário

Me emocionei em várias partes do livro:  chorei de tristeza porque retrata a realidade de uma pessoa com deficiência diante da crueldade das crianças. Chorei pelos familiares (sobretudo a irmã) que têm suas necessidades colocadas de lado tantas vezes. Mas o discurso no final do livro é avassalador e reflexivo, então, deixei as lágrimas rolarem soltas.



Dançando sobre cacos de vidro

O livro é lindíssimo, a autora foi de uma sensibilidade incrível! A história retrata uma grande luta pela felicidade o tempo todo e, ao final, quando percebi que a história não terminaria como eu queria, quando vi que nem sempre o otimismo e a vontade podem vencer, eu desabei!






Como eu era antes de você

Esse livro é lindo de tantas maneiras que nem consigo mensurar aqui. O final da história dividiu opiniões entre os leitores. Eu consegui entender as escolhas dos personagens. Mas isso não me blindou de chorar mas chorar muito, principalmente na leitura da carta nas últimas páginas do livro.



E vocês, já leram esses títulos? Gostaram? Me contem nos comentários!









15 de fevereiro de 2019

[Resenha] Quem tem medo do feminismo negro?


QUEM TEM MEDO DO FEMINISMO NEGRO?
Autor(a): Djamila Ribeiro
Editora: Companhia das Letras
Ano: 2018
Páginas: 152
Classificação: 5/5 (favoritado)


Sinopse: Quem tem medo do feminismo negro? reúne um longo ensaio autobiográfico inédito e uma seleção de artigos publicados por Djamila Ribeiro no blog da revista CartaCapital, entre 2014 e 2017. No texto de abertura, a filósofa e militante recupera memórias de seus anos de infância e adolescência para discutir o que chama de “silenciamento”, processo de apagamento da personalidade por que passou e que é um dos muitos resultados perniciosos da discriminação. Foi apenas no final da adolescência, ao trabalhar na Casa de Cultura da Mulher Negra, que Djamila entrou em contato com autoras que a fizeram ter orgulho de suas raízes e não mais querer se manter invisível. Desde então, o diálogo com autoras como Chimamanda Ngozi Adichie, bell hooks, Sueli Carneiro, Alice Walker, Toni Morrison e Conceição Evaristo é uma constante.
Muitos textos reagem a situações do cotidiano — o aumento da intolerância às religiões de matriz africana; os ataques a celebridades como Maju ou Serena Williams – a partir das quais Djamila destrincha conceitos como empoderamento feminino ou interseccionalidade. Ela também aborda temas como os limites da mobilização nas redes sociais, as políticas de cotas raciais e as origens do feminismo negro nos Estados Unidos e no Brasil, além de discutir a obra de autoras de referência para o feminismo, como Simone de Beauvoir.

Bom dia, queridos leitores!

Hoje venho trazer para vocês as minhas impressões sobre uma leitura mais que especial!

Djamila nos relata trechos de sua vida em que a cor de sua pele foi algo que dificultou seu dia-a-dia, sua convivência em certos lugares, em resumo, seu acesso a oportunidades.

Ao ler esse livro, percebi o quanto precisamos falar em feminismo negro e não apenas em feminismo, tendo em vista que as mulheres negras enfrentam as dificuldades de serem discriminadas por 2 fatores diversos, enquanto mulheres brancas sofrem o machismo mas não sofrem pela sua cor.

 "Quando pequena, eu e meus irmãos não pudemos entrar na festa de uma amiga porque o tio dela não gostava de negros. Ela nos serviu na calçada da casa dela, até que, indignados, fomos embora. Alguma pessoa branca já passou por isso exclusivamente por ser branca?"

Djamila é fantástica em descortinar diversos conceitos e ideias muito importantes e, principalmente, em explicar de onde surgiram os termos.

Nesse sentido, o leitor percebe a necessidade das cotas raciais no Brasil de hoje, tendo em vista os grandes benefícios que os europeus tiveram para recomeçarem a vida no Brasil, tais como a doação de terras para moradia e exploração. Enquanto isso, os negros trazidos na mesma época (é claro que à força, com resistência), vieram para serem escravos e só depois de mais de 300 anos se tornaram livres.

Porém, muitas vezes não percebemos que "livre" quer dizer apenas sem amarras e correntes, sem serem obrigados a serviços forçados. Mas quantos deles (ex-escravos e seus descendentes) tiveram algum auxílio para terem acesso a oportunidades de vida e sequer de sobrevivência?

Essa é uma das muitas reflexões propostas pela autora e, após a leitura, é impossível não compreender a defesa das cotas raciais nas universidades por exemplo. Quando se fala em dívida histórica, não é porque "os negros querem assim", mas porque realmente existiram condutas históricas que retiraram dos negros as oportunidades e as retiram até hoje.

"De volta a Beauvoir: precisamos discutir a partir da experiência vivida, da concretude. Enquanto persistirem as desigualdades e as imposições de papéis sociais, não será possível considerar nenhuma mulher moderna, por mais que ela tenha o último modelo de smartphone, produzido dentro da lógica capitalista de exploração. E o mesmo acontece se acreditarmos que o progresso está ligado à manutenção de desigualdades para o benefício de um grupo social."

A autora ainda nos coloca em contato com trechos da obra de Simone de Beauvoir e outras grandes escritoras da causa feminista. Depois desse livro, acrescentei pelo menos mais 10 obras de extrema importância em minha lista de leitura.

Seja em situações de sua própria vida, problemas da sociedade como um todo, através da explicação da história e de várias outras formas, Djamila nos conduz facilmente ao entendimento através de exemplos. Muitos deles, milhões de "detalhes" que tornam mais difícil a vida das mulheres em geral, das pessoas negras e, é claro, da mulher negra.

Quando diminuem a Maju (garota do tempo do Jornal Nacional) ou a Serena Willians (campeã "de tudo" no Tênis Feminino), atingem diretamente todas as negras que só querem ter seu lugar respeitado.

A autora cita como exemplo o emblemático caso do goleiro da seleção Moacir Barbosa, na Copa de 50. A ele foi atribuída a culpa pelos gols que a seleção brasileira levou naquele jogo contra o Uruguai e ele ficou marcado, foi crucificado pela mídia e, a partir de então, "coincidentemente", a seleção ficou mais de 50 anos sem ter outro goleiro negro.

 "Quando uma pessoa de um grupo historicamente discriminado erra, todo o grupo leva a culpa. No caso de Barbosa, criou-se o mito de que negros não servem para goleiro. E, por exemplo, se uma mulher bandeirinha erra num lance, a primeira coisa que vão dizer é: "mulher não serve para trabalhar com futebol", "deveria estar lavando louça". Se um árbitro homem erra, ninguém diz que homem não serve para trabalhar com futebol - culpa-se o indivíduo, e não o grupo."

Eu mesma, que amo futebol, já fui obrigada a ouvir (não sem revolta) diversas vezes frases machistas sobre bandeirinhas mulheres, o que acho de um desrespeito e de uma ignorância sem tamanho! Cansei de ter minha opinião sequer ouvida em grupos em que se falava de futebol, apenas por ser mulher, como se isso me diminuísse ou, pior, me desabilitasse a falar sobre o assunto. É o famoso "lugar de fala" que, dentro do futebol, parece ser apenas dos homens!

A escrita de Djamila é fluida, o livro tem leitura rápida e traz reflexões profundas! Indico para todos, pois a conscientização é o primeiro passo para que a nossa sociedade possa finalmente mudar.

E você, já leu este livro ou outros do mesmo tema? O que achou? Conte-nos nos comentários!





12 de fevereiro de 2019

[Resenha] Libertada

LIBERTADA
Autora: Michelle Knight
Editora: Fontanar
Ano: 2014
Páginas: 192
Classificação: 5/5


Sinopse: Como Michelle Knight, uma jovem mantida em cativeiro durante uma década, conseguiu superar o passado?
Um relato comovente sobre como não perder a esperança e seguir em frente.
“No dia em que desapareci em 2002, pouca gente pareceu notar. Eu tinha 21 anos, era umajovem mãe que havia parado numa loja de conveniência, uma tarde, para pedir informações. Durante os 11 anos seguintes, fiquei trancafiada no inferno. Essa é a parte da minha história que talvez você já conheça. Há muito mais coisas que você não sabe.”
Michelle Knight foi raptada em 2002 por um motorista de ônibus escolar de Cleveland chamado Ariel Castro. Por mais de uma década, ela sofreu torturas inimagináveis nas mãos de seu sequestrador. Em 2003, Amanda Berry juntou-se a ela no cativeiro, seguida por Gina DeJesus em 2004. A fuga das três, em 6 de maio de 2013, foi notícia ao redor do mundo. Milhões de pessoas comovidas agora se perguntam: o que realmente aconteceu naquela casa, e como Michelle encontrou forças para sobreviver?
Mal saída de sua própria infância problemática, Michelle estava afastada da família e lutando para reaver a guarda do filho quando desapareceu. A polícia acreditava que ela havia fugido, por isso retirou seu nome da lista de pessoas desaparecidas 15 meses após o seu sumiço. Castro a atormentava com isso, lembrando que ninguém procurava por ela, que o mundo lá fora a esquecera. Mas Michelle não se deixava abater.
Comovente, chocante, e por fim triunfante, Libertada revela os detalhes da história de Michelle, incluindo os pensamentos e orações que a ajudaram a encontrar coragem para suportar suas inimagináveis circunstâncias e construir, a partir de agora, uma vida que valha a pena ser vivida. Ao compartilhar seu passado e seus esforços para criar um futuro, Michelle se torna a voz dos que não têm voz, e um poderoso símbolo de esperança para milhares de crianças e jovens que desaparecem todo ano.


Olá, pessoal do Pacote! Tudo bem? Como vocês sabem, gosto muito de livros que trazem relatos reais de como pessoas comuns venceram psicopatas, raptores e criminosos em geral e sobreviveram para contar a história.

Por indicação de uma amiga que entende o meu gosto por essas leituras, comecei a ler "Libertada" e, é com o coração na mão que venho contar para vocês um pouco do que Michelle enfrentou com Ariel Castro, seu raptor!

Nas primeiras páginas do livro, Michelle nos conta sobre sua infância e fala como sua vida sempre foi excepcionalmente difícil! Muito pobre e com pais que não tinham qualquer estrutura psicológica, ela sofreu inúmeros abusos e sempre teve que se preocupar com seus irmãos menores.

Na escola também não era fácil. Tendo em vista os reflexos daquela completa confusão emocional de casa, Michelle estava longe de ser uma boa aluna, pois faltava a muitas aulas e tinha nítida dificuldade em acompanhar o desenvolvimento dos demais alunos.

Várias omissões e escolhas erradas de seus pais a levaram às circunstâncias fáticas e emocionais que resultaram em seu sequestro, tema principal do livro.

Aos 21 anos, após aceitar uma carona de uma pessoa que lhe era de confiança, Michelle foi sequestrada.

Levada para o cativeiro, Michelle passou a ser espancada. Foi privada de alimento, banho, sono, integridade física, em fim, sua dignidade foi literalmente para o ralo.

Ariel Castro, raptor de Michelle, tinha uma personalidade muito complexa e, assim, a maldade sobressaía em todas as suas ações.

Além de destruir a autora fisicamente, falava o tempo todo com ela que ninguém a procurava, ou seja, minava a esperança dela com esses e diversos outros ataques psicológicos.

"Ele não apenas me estuprou do mesmo jeito que fizera no andar de cima, mas assassinou meu coração”

Algumas vezes, o ousado sequestrador recebia visitas em casa. Eu imaginei como era aquele momento para as raptadas: se fizessem algum barulho, dessem algum sinal, poderiam ser salvas. Mas e se as visitas não entendessem os acenos? Isso lhes custaria a vida!

Em vários pontos, Michelle menciona que os fatos que se seguiram são muito cruéis para se contar e eu pensava a cada página: O que diabos pode ser ainda mais grave que ser torturada física, sexual e psicologicamente?

Para piorar, Ariel sequestrou outras duas mulheres e as manteve no cativeiro junto dela. As três foram abusadas de todas as maneiras que se pode imaginar.

As outras duas mulheres sequestradas também lançaram um livro com os detalhes dos abusos que sofreram. "Hope: A Memoir of Survival in Cleveland", título em inglês, ganhou tradução no Brasil. Com o nome de "Esperança: Dez anos de cativeiro: um relato de superação em Cleveland", Amanda e Gina revelam todo o sadismo com o qual foram tratadas e como conseguiram se libertar desse psicopata!

O livro é narrado em primeira pessoa pela própria Michelle, que enfrenta sofrimento a todo tempo.

São muitas as partes complicadas de se ler. Fiquei embargada muitas vezes, cheguei a chorar diversas vezes e o meu estômago revirou muito em diversas passagens.

Michelle foi uma guerreira incansável que, contra tudo e contra todos, conseguiu sobreviver ao mais absoluto caos a que se pode submeter um ser humano. Por 10 anos, ela aguentou e conseguiu "não morrer".

"Como é maravilhoso ver a luz do sol entrando pela janela? Como é bom andar por aí sem uma corrente pesada presa ao punho ou ao tornozelo? É incrível."

Baseado no livro, foi lançado o filme "Sequestros em Cleveland", para quem tiver estômago para assistir!

Após tudo isso, escreveu o livro, que se tornou um dos que mais me marcou em toda a minha vida.

Recomendo a quem curte esse tipo de leitura.


Essa leitura faz parte do desafio #12livrospara2019 e também do Projeto #leiamulheres, já explicados aqui no blog.

E você, já leu este livro ou outros do mesmo tema? O que achou? Conte-nos nos comentários!












8 de fevereiro de 2019

[Filme] Nada a esconder


Gênero: Comédia dramática
Ano: 2018
Elenco: Bérénice Bejo, Stéphane De Groodt, Suzanne Clément, Doria Tillier, Grégory Gadebois, Roschdy Zem, Vincent Elbaz
Classificação: 4/5


Dirigido por Fred Cavayé, o filme conta a história de uma turma de amigos que, durante um jantar, decidem jogar uma espécie de "jogo da verdade" moderno.

Nesse jogo, todos colocam seus celulares em cima da mesa e têm que atender, ler e responder a mensagens, aplicativos e e-mails em viva-voz, na frente de todos os amigos.

O que você esconde em seu celular? Quantos segredos podem ser descobertos com uma olhada na tela? Você é mesmo aquele pessoa que responde ao toque do seu celular?



A cada toque, vibração ou piscar de telas de um dos celulares, a tensão toma conta do ambiente e o dono do aparelho move céus e terra para sair das "saias justas" que o jogo impõe.

Muitas são as reflexões propostas pelo filme. Vale a pena colocar (literalmente) em jogo suas relações afetivas e de amizade por outras relações construídas através do celular?

O filme tem muitos pontos dramáticos, algumas cenas de suspense e outras onde o riso realmente corre solto. Momentos de muita sensibilidade também me comoveram ao longo da história.



A dependência das pessoas pelo celular também é um ponto importante no filme: como cada um se enxerga e enxerga o outro, nas relações? Qual o grau de importância das pessoas em sua vida? Quem está fisicamente distante é mais interessante (ou está mais perto) que quem está ao seu lado?

A cumplicidade, a lealdade acima de tudo, a decisão de ficar quando se poderia fugir, o medo do preconceito, a discriminação hipotética (que se torna real em dado momento): o aprendizado que esse filme veio reforçar para mim é o de que o segredo das relações está nos detalhes!



Basicamente, o filme tem apenas o cenário do jantar e os amigos reunidos em torno da mesa, no apartamento do casal anfitrião.

Por fim, o filme traz um efeito importantíssimo para o espectador: e se nenhum dos amigos tivesse topado aquela brincadeira? Como seriam seus destinos? Vale a pena continuarem suas vidas baseadas em omissões?




O melhor de tudo é que "Nada a esconder" está disponível na Netflix! Indico a todos os que curtem um bom filme e garanto que tratá ótimas reflexões!

Você já assistiu? Não deixe de comentar abaixo!








5 de fevereiro de 2019

Livros e Esmaltes 3/2019


Olá, queridos leitores!

Hoje é dia daquele desafio lindo, super colorido e cheio de boas indicações: o nosso esmaltes e livros, que em 2019 está repaginado!

Lembro a vocês que o desafio tem parceria com os blogs Mundinho da Hanna e Mãe Literatura. Assim,  como já explicado anteriormente, deixaremos um mural aberto no Blog Mãe Literatura, e, no decorrer do mês, conforme eu trocar de esmaltes e de leituras, farei o post aqui e atualizarei as combinações nos dois blogs.

Para você participar, basta entrar no link para postar suas fotos. Caso prefira, é só enviar a foto para nosso e-mail (pacoteliterario@gmail.com) e postaremos a sua combinação de esmaltes e livros!

Vamos às escolhas de esmaltes e livros???



Dessa vez escolhi o esmalte 212 Papoula, da marca Foup. Amei a cor super viva, gostei da cobertura logo quando passamos. Mas não achei boa a durabilidade.


Os livros foram o maravilhoso Quem tem medo do feminismo negro?, que amei e As doze tribos de Hattie, cuja leitura está em andamento e me agrada bastante.

Em breve trarei as resenhas para vocês!

O que acharam das minhas escolhas? A ideia é sempre juntar nossas paixões por livros e esmaltes nos posts! Não deixe de conferir as letras e cores das queridas Hanna (Mundinho da Hanna) e Claudia (Mãe Literatura)!

Em breve retorno com mais livros e esmaltes!






 


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